O governo Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou em 24/10, que “nunca vetou qualquer alerta sobre a crise hídrica”.
Em resposta aos áudios da presidente da Companhia de
Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Dilma Pena, e do diretor
metropolitano, Paulo Massato, a gestão disse que a empresa é que deve
esclarecimentos. A companhia chamou de “eleitoreiro” e “desonesto” o vazamento
das conversas.
Na gravação, Dilma afirma que “superiores” barraram ações na
mídia para estimular a população de São Paulo a economizar água e o diretor da
companhia diz que “não vai ter água para o banho” na Grande São Paulo por causa
do baixo nível no Sistema Cantareira e da grave estiagem.
“Cabe à Sabesp, empresa autônoma da administração indireta,
composta por uma diretoria e um conselho de administração, esclarecer as
circunstâncias e o sentido das frases gravadas e vazadas seletivamente a dois
dias das eleições (presidenciais)”, afirmou o governo, por meio de nota. A
gestão disse também que os áudios não fazem uso da palavra “alerta”, “tampouco
mencionam o governo do Estado de São Paulo”.
A gestão Alckmin afirmou que não proibiu nenhuma propaganda
sobre a crise. “Ao contrário, o próprio governador concedeu mais de uma centena
de entrevistas coletivas, desde fevereiro, para salientar a gravidade da maior
seca já registrada na história.” Segundo o governo, “nessas entrevistas, o
governador tem pedido a colaboração da população no uso racional da água e
repetido à exaustão o fato de que choveu, neste ano, a metade do volume
verificado em 1953, no qual se registrara, então, a maior estiagem”.
Desonestidade. Dilma e Massato, em comunicado conjunto,
afirmaram que o vazamento dos áudios tem interesse político. “É óbvio o claro
intuito eleitoreiro da divulgação desonesta desta reunião interna de trabalho,
a dois dias da eleição presidencial.” Segundo eles, o trecho de “pouco mais de
dois minutos foi extraído de maneira distorcida e fora do contexto de uma
reunião que durou mais de quatro horas”.
Dilma e Massato afirmam também que a Sabesp “foi a primeira
a alertar a população sobre a maior seca da história” e ressaltaram que a
estratégia de comunicação já havia sido decidida pelas instâncias superiores da
empresa.
Disseram ainda que a
Sabesp iniciou, em 27 de janeiro, campanha publicitária afirmando que “o
Sistema Cantareira está com o nível mais baixo dos últimos 10 anos”. A empresa
fez mais de 3 mil inserções na televisão e mais de 13 mil em rádio.
A assessoria de imprensa da Sabesp informou também, em nota,
que o objetivo da reunião “foi o de ampliar ao máximo as ações de comunicação
para o uso racional da água junto aos funcionários da companhia”. A empresa
alegou que sua comunicação é feita “de forma autônoma”. Sobre as declarações do
diretor, a Sabesp informou que, também naquele momento, “a diretiva era
diminuir ao máximo a dependência do Sistema Cantareira”. (OESP)
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