A falta de chuvas dos
últimos meses fez com que o volume de água dos reservatórios das usinas
hidrelétricas que operam nas regiões Sudeste e Centro-Oeste atingisse em 21/10 o nível mais baixo desde 2001, ano em que o país foi obrigado
a adotar o racionamento de energia. Fontes de abastecimento hídrico das
principais usinas geradoras de eletricidade do país, os reservatórios
atingiram, segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS), 20,93% de sua
capacidade máxima nessa terça-feira. Na mesma data de outubro de 2001, o volume
registrado atingia 21,39% do limite máximo.
Há duas semanas, a
ONS divulgou uma projeção apontando que, caso a estimativas de chuvas para os
próximos dias se confirme, o nível dos reservatórios do Subsistema
Sudeste/Centro-Oeste continuará caindo e chegará, em 31 de outubro, a apenas
19,9% da capacidade máxima, o mais baixo percentual registrado desde 2000.
Nas duas regiões, as
chuvas dos últimos dias foram insuficientes para alterar esse quadro. Nos
reservatórios de Ilha Solteira e de Três Irmãos, no noroeste paulista, os
níveis de armazenamento chegaram a zero – o que não significa que o rio tenha
secado ou que as usinas tenham deixado de operar, embora o façam com
restrições.
A situação é
preocupante também na Região Nordeste. Na média, os reservatórios operavam,
ontem, com apenas 17,5% de sua capacidade máxima. Abastecida pelas águas do Rio
São Francisco, o reservatório da Usina de Sobradinho (BA) armazenava apenas
23,7% de seu limite máximo. Já as usinas de Luiz Gonzaga (BA/PE) e de Três
Marias (MG) tinham, respectivamente, 17,7% e 3,5% da capacidade de
armazenamento.
Repetidas vezes,
autoridades do governo federal afirmaram que não há risco de desabastecimento
de energia, pois o Sistema Interligado Nacional é “estruturalmente equilibrado”
e “dispõe das condições para garantir o abastecimento nacional”, conforme nota
divulgada pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, em setembro. Uma das
medidas adotadas para compensar a eventual queda de geração das usinas
hidrelétricas, complementando-a, é o acionamento das usinas térmicas – mais
caras. (ecodebate)
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