Cantareira:
volume morto é captado
O
governador Geraldo Alckmin (PSDB) quer criar uma reserva de 162 bilhões de
litros de água para oferecer ao governo do Rio como forma de compensar a obra
de transposição prevista para a Bacia do Paraíba do Sul. A expectativa do
Estado é de que esse "volume morto" funcione como uma espécie de
"fiador" no processo de aprovação da medida, que visa a aumentar a
capacidade hídrica das regiões metropolitanas de Campinas e São Paulo.
De
acordo com estudo formulado pela Sabesp (Companhia do Saneamento Básico do
Estado de São Paulo) em parceria com técnicos da USP (Universidade de São
Paulo), a que o Estado teve acesso, a intenção é reforçar e aumentar os níveis
de garantia do Sistema Cantareira, a partir de uma obra de interligação entre
as Represas Jaguari e Atibainha.
Caso o
projeto de Alckmin, que está avaliado em R$ 830 milhões, receba o aval da ANA
(Agência Nacional de Águas), a Sabesp poderá captar, em média, 5 mil litros de
água por segundo da Bacia do Rio Paraíba do Sul, dando fôlego ao Cantareira.
A
autorização da ANA é necessária porque a Bacia do Paraíba do Sul tem gestão
federal. O rio corta Minas e São Paulo, onde a água é armazenada na Represa de
Paraibuna, na qual será assegurado o volume morto. Em seguida, corre para o
Estado do Rio, onde posteriormente forma a Represa do Funil.
REVERSÃO
Ao
mesmo tempo em que possibilita a reversão de água de Jaguari para Atibainha com
o objetivo de reforçar o Sistema Cantareira, a transposição libera a captação
inversa. Isso quer dizer que a obra permitirá que São Paulo "devolva"
o mesmo volume captado caso chova o suficiente no Estado para aliviar a crise
hídrica sem a utilização da alternativa.
Em
nota, o governo do Rio informou que, apesar de o Rio ter entrado na temporada
de chuvas, a orientação é prever quadros adversos. Por isso, já solicitou dados
sobre a reserva técnica de Paraibuna. O pedido foi feito à ANA no dia 5. (uol)
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