domingo, 23 de novembro de 2014

Reserva de água é moeda de troca por transposição

Cantareira: volume morto é captado
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) quer criar uma reserva de 162 bilhões de litros de água para oferecer ao governo do Rio como forma de compensar a obra de transposição prevista para a Bacia do Paraíba do Sul. A expectativa do Estado é de que esse "volume morto" funcione como uma espécie de "fiador" no processo de aprovação da medida, que visa a aumentar a capacidade hídrica das regiões metropolitanas de Campinas e São Paulo.
De acordo com estudo formulado pela Sabesp (Companhia do Saneamento Básico do Estado de São Paulo) em parceria com técnicos da USP (Universidade de São Paulo), a que o Estado teve acesso, a intenção é reforçar e aumentar os níveis de garantia do Sistema Cantareira, a partir de uma obra de interligação entre as Represas Jaguari e Atibainha.
Caso o projeto de Alckmin, que está avaliado em R$ 830 milhões, receba o aval da ANA (Agência Nacional de Águas), a Sabesp poderá captar, em média, 5 mil litros de água por segundo da Bacia do Rio Paraíba do Sul, dando fôlego ao Cantareira.
A autorização da ANA é necessária porque a Bacia do Paraíba do Sul tem gestão federal. O rio corta Minas e São Paulo, onde a água é armazenada na Represa de Paraibuna, na qual será assegurado o volume morto. Em seguida, corre para o Estado do Rio, onde posteriormente forma a Represa do Funil.
REVERSÃO
Ao mesmo tempo em que possibilita a reversão de água de Jaguari para Atibainha com o objetivo de reforçar o Sistema Cantareira, a transposição libera a captação inversa. Isso quer dizer que a obra permitirá que São Paulo "devolva" o mesmo volume captado caso chova o suficiente no Estado para aliviar a crise hídrica sem a utilização da alternativa.
Em nota, o governo do Rio informou que, apesar de o Rio ter entrado na temporada de chuvas, a orientação é prever quadros adversos. Por isso, já solicitou dados sobre a reserva técnica de Paraibuna. O pedido foi feito à ANA no dia 5. (uol)

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