terça-feira, 25 de novembro de 2014

Empresas do estado de SP não tem plano para enfrentar crise hídrica

Empresas do estado de SP não tem plano de contingência para enfrentar crise hídrica, mostra pesquisa
A falta de chuva diminuiu o volume de água do Sistema Cantareira, que abastece São Paulo.
94,9% das empresas, indústrias, hospitais e hotéis do Estado de São Paulo não tem um plano de contingência para enfrentar a crise hídrica que afeta a região sudeste. Essa foi a conclusão de uma pesquisa realizada pelo CPDEC (Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Educação Continuada), em parceira com o NEIT (Núcleo de Economia Industrial e Tecnologia) do Instituto de Economia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Foram entrevistados, entre outubro e novembro, 137 representantes de estabelecimentos instalados no Estado.
O estudo evidenciou também a alta dependência existente em relação às companhias de abastecimento regionais – e, consequentemente, às chuvas –, já que poucos (apenas 28,4%) contam com outras fontes de abastecimento e somente 12,4% têm sistema de reuso de água.
Entre todos os segmentos, a indústria é a que mais reutiliza água. Ainda assim, o número de adeptos é pequeno: somente 23,6% das indústrias contam com esse sistema. Do volume total de água consumido por elas, 8,5% é proveniente de reuso. Entre as empresas, o volume de reuso é de apenas 1,2%.
Mais da metade (52,5%) do volume de água utilizado pelas indústrias do Estado de São Paulo é proveniente da companhia regional de abastecimento; 28,2% vem de poços artesianos; e 18,7% de rios. A pesquisa revelou ainda que 14,7% dos poços artesianos, utilizados por algumas indústrias, secaram nos últimos meses.
Nos outros setores, a dependência em relação à companhia de abastecimento aumenta ainda mais. 100% dos hospitais consultados responderam ser abastecidos exclusivamente pela companhia regional. Entre as empresas, que não possuem processos produtivos em sua cadeia, o número chega a 97,9%; e entre os hotéis, cai para 78%.
56,25% dos hotéis afirmam ter plano de contingência, que contempla apenas recorrer ao abastecimento por caminhão pipa. 81,25% dos estabelecimentos não têm sistema de reuso. Entre aqueles que reutilizam água (18,75%), apenas 6,25% souberam informar o volume exato reutilizado.
Entre as ações tomadas nos últimos meses, as mais citadas foram a instalação de redutores de vazão nas torneiras, reutilização de materiais (como o enxoval, por exemplo, no caso dos hotéis), suspensão da lavagem de calçadas e de ambientes comuns, além da conscientização entre os colaboradores.
“A partir das respostas concedidas, notamos que apenas medidas paliativas, que visam exclusivamente a economia de água, têm sido implantadas”, explica Rodnei Domingues, diretor do CPDEC e um dos coordenadores da pesquisa. “São poucos os estabelecimentos que incluem a gestão da água em seu planejamento estratégico de médio e longo prazo. A falta d’água certamente irá comprometer as operações dos lugares que dependem das companhias de abastecimento”, completa.
Sobre o CPDEC
O CPDEC (Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Educação Continuada) é uma instituição especializada em Pesquisa e Educação Corporativa, que tem como objetivo capacitar, ampliar conhecimentos e desenvolver habilidades de profissionais das mais diversas áreas.
Fundado em 1996, a instituição atende à demanda de empresas de diferentes segmentos de mercado. São mais de 50 temas diferentes de treinamentos corporativos, nas modalidades abertas e in company, em áreas como Comunicação, Desenvolvimento Pessoal, Liderança e Gestão, Logística, Finanças, Marketing, Vendas e Atendimento a Cliente. (ecodebate)

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