Dono de pesqueiro perdeu clientes e viu movimento diminuir
depois que nível começou a baixar; em marina, donos de embarcações temem
troncos.
Com capacidade total de 2,1 trilhões de litros de água, quase
duas vezes maior do que o Sistema Cantareira, a Represa Paraibuna vive uma das
maiores estiagens da história. Anteontem, o manancial estava com 74 bilhões de
litros de água do volume útil (sem contar os 162 bilhões de litros do volume
morto), segundo relatório da Agência Nacional de Águas (ANA).
Na cidade de Paraibuna, comerciantes perdem cada vez mais
clientes. Benedito Marcos Farias Soares, de 60 anos, dono de um pesqueiro, diz
que o movimento caiu 40%. “Antes, as crianças brincavam no balanço molhando o
pé na água. Agora, a represa desceu mais de 20 metros e chegou a uma parte que
eu nunca tinha visto”, afirmou, apontando para as árvores que apareceram.
“As pessoas pescavam, passeavam de barco e jet ski. Agora,
com esse monte de tronco aparecendo, elas ficam com medo.” O pesqueiro do
comerciante era dividido pela água da Represa Paraibuna. Para chegar do lado
oposto de onde fica o restaurante era necessário usar um barco. Hoje, o caminho
é feito sem molhar os pés.
O mesmo prejuízo por falta de movimento vive uma marina da
região. Conforme a água foi baixando, os clientes retiraram os barcos. Em 18/11
um empresário de São Paulo teve de recolher sua lancha.
“Aqui é muito bonito, vou sentir falta da represa, mas a
água está cada vez mais baixa. Corre o risco de eu bater em alguma árvore e
causar um acidente”, disse Sebastião de Oliveira, de 59 anos. A embarcação foi
levada para Itanhaém, no litoral.
“Já tirei o jet ski depois que ele quebrou três vezes por
causa das árvores que enroscaram. Não dá mais para ficar aqui. Infelizmente,
está insustentável”, afirmou o empresário. (OESP)
Nenhum comentário:
Postar um comentário