IPT lança manual para
situações emergenciais, da captação à utilização da água de chuva
O manual, lançado em comemoração ao Dia Mundial da
Água, 22 de março, é direcionado a famílias que vivem situações emergenciais.
A captação da água de chuva hoje é realidade para
muitos moradores de cidades como São Paulo, que vêm enfrentando uma crise
hídrica que já afeta o abastecimento de diversos domicílios. Levando em conta
este cenário, o IPT lança agora um manual que busca oferecer à população orientações
para melhorar a qualidade dessa água, apresentando as boas práticas para a sua
captação, armazenamento e utilização doméstica.
O manual, lançado em comemoração ao Dia Mundial da
Água, 22 de março, é direcionado a famílias que vivem situações emergenciais e
dissemina uma técnica relativamente simples, mas que respeita os requisitos que
garantem o funcionamento do sistema e, principalmente, assegura a qualidade da
água coletada.
De acordo com o pesquisador e autor do manual Luciano
Zanella, do Centro Tecnológico do Ambiente Construído do IPT, o projeto nasceu
da constatação de que não apenas a captação da água de chuva, mas também seu
tratamento e armazenagem, muitas vezes são feitos de maneira equivocada.
“Embora a melhor água seja aquela oferecida pela concessionária, não podemos
fechar os olhos ao fato de que muitas famílias hoje convivem com abastecimento
irregular e têm se valido dessa solução. É preciso, no entanto, oferecer
condições para que a captação seja feita de maneira mais segura, lacuna que o
IPT pretende preencher com este manual”.
O trabalho do IPT mostra como requisitos fundamentais
a captação da água pelo telhado, e não pelo piso, além da filtragem que será
responsável pela primeira limpeza, separando o líquido dos objetos sólidos como
as folhas das árvores que acabam entrando no captador. Outro passo essencial no
processo, geralmente desconhecido, é o descarte da água da primeira chuva, que
carrega a poluição atmosférica e os contaminantes presentes no telhado. O
recomendado é que sejam descartados dois litros de água para cada metro
quadrado de área do telhado utilizado na captação, o que corresponde aos dois
primeiros milímetros de precipitação.
O sistema proposto no manual é de fácil instalação.
Foi pensado para situações emergenciais e não está integrado ao sistema
hidráulico predial. “Os usuários podem fazer adaptações ao material, desde que
sigam os parâmetros fundamentais. Essa água poderá ser usada para descarga de
bacias sanitárias, limpeza de pisos e veículos e rega de jardins e áreas
verdes”, explica Zanella. Numa situação extrema, caso falte água de qualidade
superior, a água de chuva – desde que captada, tratada e armazenada
adequadamente – também pode ser utilizada para ingestão e preparo de alimentos.
Para esse uso, além das etapas anteriores, recomenda-se ainda a fervura por um
tempo superior a três minutos, melhorando a segurança sanitária. (ecodebate)
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