Haddad vai à justiça contra
cobrança por sacolinha plástica
Para Prefeitura, medida
desestimula política de reciclagem; dos 96 distritos da capital, 40 têm coleta
seletiva universalizada.
O
prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), entrou em 28/04 com ação na
Justiça para barrar a cobrança pelas novas sacolas plásticas feitas pelos
supermercados. A ação civil pública foi protocolada no começo da noite na Vara
da Fazenda Pública, na Justiça Estadual, e tem objetivo similar ao pedido da
SOS Consumidor, que recorreu judicialmente contra a cobrança, mas teve a liminar
negada na semana passada.
Na
ação ajuizada pela Prefeitura, Haddad pede que a Justiça conceda liminar contra
a Associação Paulista de Supermercados (Apas), Carrefour, Pão de Açúcar,
Walmart, Futurama, Sonda, D’Avó Supermercados e Supermercado Dia. A Apas é a
mais representativa entidade do setor de supermercados de São Paulo, com 1.258
empresas.
Consumidores
terão direito a duas sacolinhas grátis, pelo prazo de dois meses.
Caso
a Justiça decida favoravelmente à Prefeitura, os associados da Apas e os sete
estabelecimentos citados na ação estarão impedidos de vender as sacolas
reutilizáveis. As embalagens - nas cores verde e cinza - começaram a circular
no comércio no dia 5 de abril, como alternativa do poder municipal às tradicionais
sacolas brancas, que passaram a ser proibidas por lei. De acordo com a
Prefeitura, “ao cobrar pelas sacolas reutilizáveis, o comércio varejista
desestimula a política municipal de reciclagem”. A venda das sacolas plásticas,
argumenta a Prefeitura, “é um empecilho para o sucesso de qualquer programa de
reciclagem”.
O
texto explica que o comerciante, que deveria contribuir para o combate à
degradação ambiental, “age no sentido de repassar integralmente ao consumidor o
custo dessa reparação”. E completa: “Mais que isso: não colabora (a rigor,
“joga contra”) com o poder municipal”.
Na
ação da SOS Consumidor, que acabou sendo extinta por desistência da entidade,
apenas o aspecto de uma suposta cobrança abusiva era abordado. A SOS entendia
que havia duplicidade em vender o item, já que o preço estaria embutido nos
valores dos demais produtos.
Na
ação, Haddad faz um apelo para a cooperação “essencial” entre o setor público e
o empresarial no cumprimento da Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS),
que prevê a redução na geração de resíduos e a destinação ambientalmente
adequada dos rejeitos. “A substituição dos antigos modelos de sacolas plásticas
por sacolas reutilizáveis, destinadas especificamente à coleta seletiva, é uma
importante iniciativa de aprimoramento do Plano de Gestão Integrada de Resíduos
Sólidos”, em aplicação da política nacional. As novas sacolas teriam a função,
segundo o texto, de “conscientizar” consumidores sobre a necessidade da
separação correta dos resíduos.
Dos
96 distritos da capital, 40 têm coleta seletiva universalizada. Em 2015, a meta
Haddad é universalizar mais 14 distritos - e chegar a 100% em 2016. (OESP)
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