O
Antropoceno é uma época geológica marcada pelo domínio da influência do ser
humano sobre a biosfera e tem como uma de suas caracterizadas (negativas)
fundamentais o aquecimento global. O rápido crescimento econômico e o
insustentável padrão de produção e consumo da humanidade está esquentando,
literalmente, o Planeta.
Em
relação à temperatura média do século XX, o ano de 1908 ficou com temperatura
de -0,44ºC, abaixo da média do século. O ano mais quente do século XX foi 1998,
com 0,63ºC acima da média. Porém, o século XXI apresenta recordes contínuos de
aquecimento. Em 2010, a temperatura ficou 0,70ºC acima da média, 2014 com 0,74ºC, 2015 com 0,90ºC e 2016 com o recorde absoluto de 0,94ºC.
O
ano de 2016 ficou cerca de 1,4ºC mais quente do que o ano de 1908. Dezesseis dos
dezessete anos mais quentes ocorreram no século XXI.
Tudo
indica que o ano de 2017 será um pouco menos quente do que 2016, mas poderá ser
o segundo ou terceiro ano mais quente da série. Em 2017, as temperaturas
ficaram acima da média do século XX em 0,89ºC em janeiro, 0,98ºC em fevereiro e
1,05ºC em março. Estes números são espantosos para um período sem a presença do
fenômeno El Niño.
A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica
(NOAA) informou a temperatura do mês de março de 2017 é totalmente inesperada
para um período considerado “normal”. O El Niño é “caracterizado por
temperaturas oceânicas excepcionalmente quentes no Pacífico Equatorial”, o que
faz aumentar a temperatura global, elevando o aquecimento global subjacente em
longo prazo. Então, quando um mês vê temperaturas climáticas recordes na
ausência de um El Niño, isso é um sinal de que a tendência do aquecimento
global tem adquirido ritmo próprio e com redução das flutuações.
A
temperatura tem subido 0,18ºC, por década. Isto significa, que no ritmo
atual, a temperatura pode ultrapassar 3ºC, em 2100, em relação ao período
pré-industrial. A última vez que a temperatura global chegou neste patamar o
nível dos oceanos subiu mais de 6 metros. Tal fenômeno afetaria a vida de
bilhões de pessoas que vivem nas áreas litorâneas e reduziria muito as áreas de
cultivo de alimentos. Também haveria a perda de vida marinha devido à
acidificação.
O
aumento do degelo do Ártico, Antártica, Groenlândia e glaciares tem se
acelerado conforme mostram inúmeras pesquisas e reportagens. Um evento
dramático é o rompimento da Plataforma Larsen C, na Antártica. A figura abaixo
mostra que uma enorme fenda está próxima de romper e liberar um iceberg quase
do tamanho da Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
A
figura também mostra que a fenda está crescendo de forma acelerada e já atinge
o tamanho de 180 quilômetros. No final do ano passado, ela cresceu de repente
em cerca de 18 quilômetros. Faltam apenas 20 quilômetros para deslocar o
iceberg do restante da prateleira de gelo. Dados de satélite, de maio de 2017,
revelaram um segundo ramo da fenda, de cerca de 15 quilômetros de comprimento,
que está se movendo em direção à borda da plataforma. Este é um exemplo atual
como o aquecimento global vai provocar um grande degelo dos polos e acelerar a
elevação do nível do mar.
Aquecimento
global acima de 2ºC pode gerar enormes desastres, grande quantidade de
refugiados do clima e uma epidemia de fome. Para evitar uma catástrofe de tal
dimensão é preciso uma rápida redução das emissões de gases de efeito estufa e
uma descarbonização crescente da economia. (ecodebate)
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