Relatório do Banco Mundial
alerta para um crescimento perigoso da quantidade de resíduos gerados daqui até
2050.
Aterro sanitário
Na média mundial, quem começa
agora a ler esse texto gera 740 gramas de lixo diariamente. Pode parecer pouco,
mas imagine isso multiplicado pelos 365 dias do ano: 270,1 quilos de lixo
gerado por pessoa. O resultado, 2,01 bilhões de toneladas de resíduos em todo o
mundo no ano de 2016, a maior parte sem receber o tratamento adequado.
Tudo isso está no último
relatório sobre a geração de lixo do Banco Mundial, que considera esse um dos
grandes problemas ambientais da atualidade. Segundo o banco, o crescimento
acelerado da geração de resíduos sólidos no mundo todo está “ameaçando a saúde
humana e ambientes locais, ao mesmo tempo que prejudica o clima”.
O órgão prevê que, até 2050,
se nada for feito para diminuir a produção de lixo, a quantidade descartada
pelas pessoas, empresas e governos pode crescer 70% sobre o que foi observado
em 2016 (o último ano com dados consolidados). Isso significaria 3,4 bilhões de
toneladas de lixo geradas anualmente.
O problema dessa quantidade
de lixo não se resume à degradação do local que ocupa e do perigo de doenças às
populações. Ele também piora a qualidade do ar e acelera as mudanças
climáticas. O relatório estima que em 2016, 1,6 bilhão de toneladas de gases
equivalentes ao dióxido de carbono foram geradas por processos inadequados de
tratamento de lixo, o que representa 5% das emissões totais no mundo inteiro
Enquanto isso, a reciclagem é
um sonho distante. Mesmo nos países mais ricos, apenas pouco mais de um terço
do lixo é reciclado ou reaproveitado por compostagem. Nos países considerados
pobres, a taxa não ultrapassa 4%.
Lixão em Barcarena, na região
metropolitana de Belém.
Mas quais são os segmentos e
regiões do mundo que mais geram lixo? A região que, em números absolutos, mais
contribui com o problema é a região do Leste Asiático e Pacífico, que hoje
colabora com 468 milhões toneladas de lixo. Em 2050, pode gerar 714 milhões.
Já o Sul da Ásia e a África
Subsaariana preocupam pelo potencial futuro: na primeira região, a produção de
lixo chegará perto de dobrar, passando de 334 milhões de toneladas para 661
milhões, enquanto a segunda praticamente triplicará o volume, no ritmo atual,
indo de 174 milhões a 516 milhões.
Isso se deve ao grande
contingente populacional dessas regiões, que, no caso asiático, são as mais
populosas do mundo. E, no lado africano, deverão passar por crescimento
econômico desordenado e sem controle dos resíduos.
A região de Europa e Ásia
Central, que hoje é a segunda maior geradora de lixo, com 392 milhões de
toneladas, terá o menor crescimento relativo, passando para 490 milhões. Já
América Latina e Caribe deverão passar, se nada for feito, de 231 milhões para
369 milhões.
Apesar de ter mais meios de
tratamento do lixo, os países caracterizados por altas rendas acabam
contribuindo relativamente mais para o problema do lixo. Embora tenham apenas
16% da população mundial, geram 34% dos resíduos. E, mesmo nesses países, 39%
do lixo é depositado em aterros sanitários.
Nos países pobres, nada menos
que 93% dos resíduos são depositados em lixões a céu aberto.
Catador explora o Lixão da
Estrutural, em Brasília.
Geração de lixo no Brasil
aumentou cinco vezes mais do que a população.
Relatório mostra que
tratamento de resíduos sólidos avançou pouco no país e critica prefeituras por
falta de controle sobre depósitos ilegais.
Infelizmente, os mais pobres
da sociedade são geralmente os mais impactados pelo tratamento inadequado do
lixo. Não deveria ser assim. “Nossos recursos precisam ser usados e então
reusados continuamente, para que não acabe em aterros sanitários”, comenta, na
divulgação do relatório, Laura Truck, vice-presidente de desenvolvimento
sustentável do Banco Mundial. (globo)
Catador explora o Lixão da
Estrutural, em Brasília.
Geração de lixo no Brasil
aumentou cinco vezes mais do que a população.
Relatório mostra que
tratamento de resíduos sólidos avançou pouco no país e critica prefeituras por
falta de controle sobre depósitos ilegais.
Infelizmente, os mais pobres
da sociedade são geralmente os mais impactados pelo tratamento inadequado do
lixo. Não deveria ser assim. “Nossos recursos precisam ser usados e então
reusados continuamente, para que não acabe em aterros sanitários”, comenta, na
divulgação do relatório, Laura Truck, vice-presidente de desenvolvimento
sustentável do Banco Mundial. (globo)
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