terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Mais da metade dos pontos críticos do clima agora estão ‘ativos’

Emergência Climática: Mais da metade dos pontos críticos do clima agora estão ‘ativos’, alertam cientistas.
Mais da metade dos pontos críticos do clima identificados há uma década estão agora “ativos”, alertaram um grupo de cientistas de ponta.
Isso ameaça a perda da floresta amazônica e das grandes camadas de gelo da Antártica e da Groenlândia, que atualmente estão passando por mudanças mensuráveis e sem precedentes muito antes do esperado.
Essa “cascata” de mudanças provocadas pelo aquecimento global pode ameaçar a existência de civilizações humanas.
Há evidências crescentes de que esses eventos são mais prováveis e mais interconectados do que se pensava anteriormente, levando a um possível efeito dominó.
Em um artigo da revista Nature, os cientistas pedem ações urgentes para reduzir as emissões de gases de efeito estufa para evitar os principais pontos de inflexão, alertando para o pior cenário possível de um planeta menos habitável de uma “estufa”.
“Uma década atrás, identificamos um conjunto de possíveis pontos de inflexão no sistema Terra, agora vemos evidências de que mais da metade deles foram ativados”, disse o principal autor, professor Tim Lenton, diretor do Instituto de Sistemas Globais da Universidade de Exeter.
“A crescente ameaça de mudanças rápidas e irreversíveis significa que não é mais responsável esperar e ver. A situação é urgente e precisamos de uma resposta de emergência”.
O co-autor Johan Rockström, diretor do Instituto Potsdam de Pesquisa de Impacto Climático, disse: “Não são apenas as pressões humanas na Terra que continuam subindo a níveis sem precedentes.
“É também que, à medida que a ciência avança, devemos admitir que subestimamos os riscos de provocar mudanças irreversíveis, onde o planeta auto amplifica o aquecimento global.
“É isso que agora começamos a ver, já a 1°C do aquecimento global”.
“Cientificamente, isso fornece fortes evidências para declarar um estado de emergência planetária, para desencadear ações mundiais que aceleram o caminho em direção a um mundo que pode continuar evoluindo em um planeta estável”.
No comentário, os autores propõem uma maneira formal de calcular uma emergência planetária como risco multiplicado pela urgência.
Os riscos do ponto de inflexão agora são muito mais altos do que as estimativas anteriores, enquanto a urgência está relacionada à rapidez com que é preciso agir para reduzir o risco.
Sair da economia de combustível fóssil é improvável antes de 2050, mas com a temperatura já a 1,1°C acima da temperatura pré-industrial é provável que a Terra cruze a barreira de proteção de 1,5°C até 2040. Os autores concluem que apenas isso define uma emergência.
Nove pontos de inflexão ativos:
Gelo marinho do Ártico
Manta de gelo da Groenlândia
Florestas boreais
Permafrost
Circulação Meridional do Atlântico
Floresta amazônica
Corais de água quente
Manta de gelo da Antártica Ocidental
Partes da Antártica Oriental
O colapso das principais camadas de gelo na Groenlândia, Antártica Ocidental e parte da Antártica Oriental comprometeria o mundo a cerca de 10 metros de elevação irreversível do nível do mar.
A redução de emissões pode retardar esse processo, permitindo mais tempo para as populações baixas se moverem.
As florestas tropicais, o permafrost e as florestas boreais são exemplos de pontos de inflexão da biosfera que, se cruzados, resultam na liberação de gases de efeito estufa adicionais, amplificando o aquecimento.
Apesar da maioria dos países ter assinado o Acordo de Paris, comprometendo-se a manter o aquecimento global bem abaixo de 2°C, as atuais promessas de emissões nacionais – mesmo que sejam cumpridas – levariam a 3°C de aquecimento.
Embora os pontos de inflexão futuros e a interação entre eles sejam difíceis de prever, os cientistas argumentam: “Se podem ocorrer cascatas prejudiciais de inflexão e uma inflexão global não pode ser descartada, essa é uma ameaça existencial para a civilização”.
“Nenhuma análise econômica de custo-benefício vai nos ajudar. Precisamos mudar nossa abordagem para o problema climático”.
O professor Lenton acrescentou: “Talvez já tenhamos ultrapassado o limiar de uma cascata de pontos de inflexão inter-relacionados”.
“No entanto, a taxa em que progridem e, portanto, o risco que representam, pode ser reduzida cortando nossas emissões”.
Embora as temperaturas globais tenham flutuado ao longo de milhões de anos, os autores dizem que os humanos agora estão “forçando o sistema”, com a concentração de dióxido de carbono na atmosfera e a temperatura global aumentando a taxas que são uma ordem de magnitude superior ao do final da última era glacial. (ecodebate)

Impactos climáticos da água no planejamento da rede elétrica

Estudo revela a importância de levar em consideração os impactos climáticos da água no planejamento da rede elétrica.
A confiabilidade da rede sob as mudanças climáticas pode exigir mais capacidade de geração de energia do que o estimado.
Os pesquisadores criaram uma nova abordagem de modelagem que explica os impactos do clima e da água no desenvolvimento da infraestrutura elétrica.
A nova análise compara os resultados com as abordagens de modelagem tradicionais que podem ou não considerar os impactos climáticos, revelando que a rede elétrica dos EUA pode precisar de mais capacidade do que se pensava para se adaptar às futuras condições climáticas da água.
As adaptações incluem construção adicional de gás natural e renovável e, junto com as compensações regionais da geração de eletricidade, levam ao menor uso de água e emissões de carbono, potencialmente ajudando a mitigar as mudanças climáticas.
Uma nova análise de pesquisadores de laboratórios nacionais e universitários aplicou uma nova abordagem de modelagem para o planejamento de infraestrutura de geração de eletricidade em longo prazo, que considera as condições futuras do clima e dos recursos hídricos. Comparado às projeções tradicionais, que não consideram os impactos climáticos da água na geração de eletricidade, os resultados dessa nova abordagem mostram que a rede elétrica nacional pode precisar de 5,3% a 12% adicionais da capacidade de geração de energia para atender aos requisitos de demanda e confiabilidade. As mudanças reduziriam o uso da água e as emissões de carbono, potencialmente ajudando a mitigar futuras mudanças climáticas.
A atual rede norte-americana depende fortemente de usinas termelétricas que usam carvão, nuclear e gás natural; estes são afetados por temperaturas ambientes quentes e precisam de grandes quantidades de água para fins de resfriamento. Fontes de energia renováveis, como energia solar fotovoltaica e eólica, requerem quantidades mínimas de água para operação, pois não precisam de refrigeração, mas essas tecnologias desempenham um papel muito menor na geração de energia na rede elétrica atual. As diferenças regionais na configuração e desenvolvimento da rede elétrica até o ano 2050, juntamente com as mudanças na disponibilidade de água e clima, sugerem que algumas regiões podem enfrentar desafios de confiabilidade de energia.
Com o estudo, os pesquisadores fizeram quatro perguntas:
Como as condições futuras do clima e dos recursos hídricos afetarão quatro cenários de infraestrutura de eletricidade?
Como o novo método de modelagem dos impactos climáticos da água na geração de eletricidade se compara aos esforços anteriores?
Que tipos de opções tecnológicas seriam necessários para se adaptar às condições climáticas futuras da água e atender a níveis confiáveis ​​de geração de eletricidade?
Quais são as implicações econômicas e ambientais resultantes?
Para responder a essas perguntas, a equipe de pesquisa primeiro simulou cenários de expansão de capacidade para quatro misturas de eletricidade, favorecendo diferentes tipos de tecnologia (carvão, nuclear, solar e negócios como de costume) sem considerar os impactos climáticos da água.
Essas projeções para o ano de 2050 forneceram um entendimento básico dos resultados usando as atuais abordagens de expansão de capacidade. Para o próximo passo, os pesquisadores levaram em consideração os impactos climáticos da água em cada mix de eletricidade.
Essa abordagem permitiu avaliar seu efeito em diferentes tipos de sistemas e elucidar possíveis etapas de adaptação necessárias para que cada um atendesse às demandas de energia. Sua análise constatou que as margens de reserva de capacidade caem abaixo de certos níveis de confiabilidade quando as projeções de capacidade não são responsáveis ​​pelos impactos climáticos da água ou quando tentam, mas não incluem verificações de viabilidade. (ecodebate)

domingo, 29 de dezembro de 2019

Concentrações de gases de efeito estufa atingem novo recorde em 2018

Emergência Climática: Concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera atingem novo recorde em 2018.
Os níveis de gases de efeito estufa na atmosfera atingiram outro novo recorde, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial. Essa tendência contínua de longo prazo significa que as gerações futuras serão confrontadas com impactos cada vez mais severos das mudanças climáticas, incluindo temperaturas crescentes, clima mais extremo, estresse hídrico, aumento do nível do mar e perturbações nos ecossistemas marinhos e terrestres.
O Boletim de Gases de Efeito Estufa da OMM mostrou que as concentrações médias globais de dióxido de carbono (CO2) atingiram 407,8 partes por milhão em 2018, acima das 405,5 partes por milhão (ppm) em 2017.
O aumento de CO2 de 2017 para 2018 foi muito próximo ao observado de 2016 a 2017 e logo acima da média na última década. Os níveis globais de CO2 ultrapassaram as simbólicas e significativas 400 partes por milhão de referência em 2015.
CO2 permanece na atmosfera durante séculos e nos oceanos por mais tempo ainda.
As concentrações de metano e óxido nitroso também aumentaram em quantidades maiores do que na década passada, de acordo com observações da rede Global Atmosphere Watch, que inclui estações no remoto Ártico, áreas montanhosas e ilhas tropicais.
Desde 1990, houve um aumento de 43% no forçamento radiativo total – o efeito do aquecimento no clima – pelos gases de efeito estufa de longa duração. O CO2 representa cerca de 80% disso, de acordo com dados da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA citados no Boletim da OMM.
“Não há sinal de desaceleração, muito menos de um declínio, na concentração de gases de efeito estufa na atmosfera, apesar de todos os compromissos do Acordo de Paris sobre Mudanças Climáticas”, disse o secretário-geral da OMM Petteri Taalas. “Precisamos traduzir os compromissos em ação e aumentar o nível de ambição em prol do futuro bem-estar da humanidade”, disse ele.
“Vale lembrar que a última vez que a Terra experimentou uma concentração comparável de CO2 foi de 3-5 milhões de anos atrás. Naquela época, a temperatura era de 2-3°C mais quente, o nível do mar era 10-20 metros mais alto do que agora”, disse Taalas.
Gap de emissões
O Boletim de Gases de Efeito Estufa da OMM informa sobre as concentrações atmosféricas de gases de efeito estufa. As emissões representam o que entra na atmosfera. As concentrações representam o que resta na atmosfera após o complexo sistema de interações entre a atmosfera, biosfera, litosfera, criosfera e oceanos. Cerca de um quarto do total de emissões é absorvido pelos oceanos e outro quarto pela biosfera.
Não se estima que as emissões globais atinjam o pico até 2030, muito menos até 2020, se as políticas climáticas atuais e os níveis de ambição das Contribuições Determinadas Nacionalmente (NDCs) forem mantidos. As descobertas preliminares do Relatório de Gaps de Emissões 2019 indicam que as emissões de gases de efeito estufa continuaram a aumentar em 2018, de acordo com um capítulo avançado do Relatório de Gaps de Emissões lançado como parte de uma síntese do United in Science para a Cúpula de Ação Climática do Secretário-Geral da ONU em setembro.
O relatório da United in Science, que reuniu as principais organizações parceiras no domínio da pesquisa global sobre mudanças climáticas, sublinhou a lacuna evidente – e crescente – entre as metas acordadas para combater o aquecimento global e a realidade real.
“As conclusões do Boletim de Gases de Efeito Estufa da OMM e do Relatório de Gap de Emissões do PNUMA nos apontam em uma direção clara – neste período crítico, o mundo deve oferecer ações concretas e intensificadas sobre emissões”, disse Inger Andersen, diretor executivo do Programa Ambiental da ONU. (PNUMA). “Enfrentamos uma escolha gritante: acionar as transformações radicais de que precisamos agora ou enfrentar as consequências de um planeta radicalmente alterado pelas mudanças climáticas”.
Um Relatório de Lacunas de Emissões separado e complementar da ONU Meio Ambiente será lançado em 26 de novembro. Agora em seu décimo ano, o relatório Emissions Gap avalia os estudos científicos mais recentes sobre as atuais e estimadas futuras emissões de gases de efeito estufa; eles os comparam com os níveis de emissão permitidos para o mundo progredir em um caminho de menor custo para alcançar os objetivos do Acordo de Paris. Essa diferença entre “onde provavelmente estamos e onde precisamos estar” é conhecida como lacuna de emissões.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que a Cúpula deu “um impulso no momento, na cooperação e na ambição. Mas ainda temos um longo caminho a percorrer”. (ecodebate)

Corte de emissões globais precisa ser de 7,6% ao ano

Emergência Climática: Para atingir a meta do Acordo de Paris, o corte de emissões globais precisa ser de 7,6% ao ano, afirma relatório da ONU.
Com os atuais compromissos, o mundo caminha para um aumento de temperatura de 3,2°C.
As tecnologias e o conhecimento necessários para reduzir as emissões já existem, mas as transformações precisam começar já.
Os países do G20 respondem por 78% de todas as emissões, mas 15 membros do G20 não se comprometeram com um cronograma para emissões líquidas zero.
Às vésperas do ano em que as nações deverão fortalecer seus compromissos climáticos de Paris, um novo relatório lançado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) faz um alerta. A menos que as emissões globais de gases de efeito estufa (GEEs) caiam 7,6% ao ano entre 2020 e 2030, o mundo perderá a oportunidade de entrar na trajetória rumo à meta do Acordo de Paris de limitar o aumento da temperatura em até 1,5°C.
Relatório sobre a Lacuna de Emissões 2019 (Emissions Gap Report, em inglês) do PNUMA afirma que, mesmo que todos os compromissos atuais sob o Acordo de Paris sejam implementados, as temperaturas deverão subir 3,2°C, trazendo impactos climáticos ainda maiores e mais destrutivos. Para alcançar a meta de 1,5°C, a ambição coletiva precisa aumentar em mais de cinco vezes em relação aos níveis atuais para proporcionar os cortes necessários na próxima década.
O ano de 2020 é um ano crítico para a ação climática. A conferência das Nações Unidas sobre mudança do clima, em Glasgow, objetiva determinar o curso futuro dos esforços para evitar a crise. Nela, os países precisam intensificar significativamente seus compromissos climáticos.
“Por dez anos, o Relatório sobre a Lacuna de Emissões tem soado o alarme, e por dez anos o mundo só aumentou suas emissões”, disse o Secretário-Geral da ONU, António Guterres. “Nunca foi tão importante dar ouvidos à ciência. A não observação desses avisos e tomar medidas drásticas para reverter as emissões implica que continuaremos a testemunhar ondas de calor mortais e tempestades e poluição catastróficas”.
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) alertou que se a temperatura ultrapassar 1,5°C a frequência e a intensidade dos impactos climáticos, como as ondas de calor e tempestades testemunhadas em todo o mundo nos últimos anos, aumentarão.
“Nosso fracasso coletivo em agir cedo e com firmeza com relação às mudanças climáticas significa que agora precisamos realizar grandes cortes nas emissões, de mais de 7% ao ano, se forem distribuídos uniformemente na próxima década”, afirmou Inger Andersen, Diretora Executiva do PNUMA. “Isso mostra que os países simplesmente não podem esperar até o final de 2020, quando precisaremos de novos compromissos climáticos, para intensificar suas ações. Eles e todas as cidades, regiões, empresas e indivíduos devem agir agora”.
Precisamos de vitórias rápidas para reduzir as emissões o máximo possível em 2020, e Contribuições Nacionalmente Determinadas (CNDs) mais fortes para iniciar as principais transformações em economias e sociedades. Precisamos compensar os anos em que procrastinamos”, acrescentou. “Se não fizermos isso, a meta de 1,5°C estará fora de alcance antes de 2030”.
Os países do G20 respondem coletivamente por 75% de todas as emissões, mas apenas cinco membros do G20 se comprometeram com uma meta de emissões zero em longo prazo.
No curto prazo, os países desenvolvidos terão que reduzir suas emissões mais rapidamente que os países em desenvolvimento, por razões de justiça e equidade. No entanto, todos os países precisarão contribuir mais para os efeitos coletivos. Os países em desenvolvimento podem aprender com os esforços bem-sucedidos nos países desenvolvidos e podem até ultrapassá-los e adotar tecnologias mais limpas em um ritmo mais rápido.
O relatório diz que todas as nações precisam aumentar substancialmente a ambição em suas CNDs, como são conhecidos os compromissos de Paris, em 2020 e acompanhar políticas e estratégias para implementá-las. Estão disponíveis soluções para viabilizar o cumprimento das metas de Paris, mas elas não estão sendo implantadas com rapidez suficiente ou em escala suficientemente grande.
A cada ano, o relatório do PNUMA avalia a diferença entre as emissões previstas para 2030 e os níveis consistentes com as metas de 1,5°C e de 2°C do Acordo de Paris. O relatório constata que as emissões de GEE aumentaram 1,5% ao ano na última década. As emissões em 2018, incluindo as mudanças no uso da terra, como o desmatamento, atingiram uma nova alta de 55,3 gigatoneladas de CO2 equivalente.
Para limitar o aumento das temperaturas, as emissões anuais em 2030 precisam ser 15 gigatoneladas de CO2 equivalente mais baixas do que as CNDs atuais para a meta de 2°C e 32 gigatoneladas mais baixas para a meta de 1,5°C. Em termos anuais, isso significa reduções de 7,6% ao ano entre 2020 a 2030 para cumprir a meta de 1,5°C e 2,7% ao ano para a meta de 2°C.
Para cumprir esses cortes, os níveis de ambição nas CNDs precisam aumentar pelo menos cinco vezes para a meta de 1,5°C e três vezes para os 2°C.
De acordo com o relatório, as mudanças do clima ainda podem ser limitadas a 1,5°C. Há uma maior compreensão dos benefícios adicionais da ação climática, como ar limpo e o avanço dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Existem muitos esforços ambiciosos de governos, cidades, empresas e investidores. As opções de soluções e a pressão e vontade de implementá-las são mais abundantes do que nunca.
Como ocorre todos os anos, o relatório concentra-se no potencial de setores específicos para proporcionar cortes de emissões. Em 2019, ele analisa a transição energética e o potencial de eficiência no uso de materiais, o que pode ajudar bastante a diminuir o déficit de emissões. (ecodebate)

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

El Niño oscila mais violentamente na era industrial

El Niño se tornou mais intenso na era industrial, o que pode piorar tempestades, secas e branqueamento de corais nos anos de El Niño.
Um novo estudo encontrou evidências convincentes no Oceano Pacífico de que o El Niños mais forte faz parte de um padrão climático novo.
É a primeira vez que se sabe que evidências físicas suficientes ao longo de milênios se reuniram para permitir que os pesquisadores dissessem definitivamente que: El Niños, La Niñas e o fenômeno climático que os impulsiona se tornaram mais extremos nos tempos das mudanças climáticas induzidas pelo homem.
A primeira autora do estudo, Pam Grothe, comparou os depósitos químicos dependentes da temperatura dos corais atuais com os dos registros de corais mais antigos que representam temperaturas relevantes da superfície do mar nos últimos 7.000 anos. Com a ajuda de colaboradores da Georgia Tech e de instituições parceiras de pesquisa, Grothe identificou padrões de oscilação do sul de El Nino (ENSO), oscilações de aquecimento e resfriamento das águas equatoriais do Pacífico que, a cada poucos anos, estimulam El Niños e La Niñas, respectivamente.
A equipe constatou que a era industrial ENSO é 25% mais forte do que nos registros pré-industriais. Os pesquisadores publicaram seus resultados na revista Geophysical Review Letters em outubro de 2019. O trabalho foi financiado pela National Science Foundation.
Evidência adormecida
As evidências haviam adormecido nas águas rasas do Pacífico, onde ENSO El Niños se originaram até que Cobb e seus alunos mergulharam brocas ocas em colônias de corais vivas e depósitos de corais fósseis para extraí-la. Em mais de 20 anos de expedições de campo, eles coletaram núcleos que continham centenas de registros.
As gravações dos corais das temperaturas da superfície do mar mostraram-se incrivelmente precisas quando comparadas. Os registros de coral de 1981 a 2015 coincidiram com as temperaturas da superfície do mar medidas via satélite no mesmo período, de modo exatamente que, em um gráfico, as linhas irregulares do registro de corais cobriam as medidas do satélite, obscurecendo-as de vista.
Primeira bandeira vermelha?
Em 2018, foram coletados dados suficientes sobre os corais para distinguir a atividade recente da ENSO de seus padrões pré-industriais naturais.
Para testar os dados com esforço, Grothe deixou de fora os fragmentos para ver se o sinal da era industrial ENSO ainda se destacava. Ela removeu o recorde de 1997/1998 El Nino-La Nina e examinou as janelas da era industrial entre 30 e 100 anos.
O sinal estava em todas as janelas, mas os dados precisavam que o evento 97/98 fosse estatisticamente significativo. Isso pode significar que as mudanças nas atividades do ENSO atingiram um limite que as torna detectáveis.
O que é o El Niño?
A cada dois a sete anos na primavera, nasce um El Niño quando a fase quente do ENSO se transforma em uma longa bolha de calor no Pacífico tropical, tipicamente atingindo o pico no início do inverno. Ela sopra pelos oceanos e pelo ar ao redor do mundo, iniciando dilúvios, ventos, calor ou frio em lugares incomuns.
Depois que El Niño passa, o ciclo reverte para La Nina no outono seguinte, quando as correntes de ar empurram a água quente para o oeste e afundam água gelada no Pacífico equatorial. Isso desencadeia um conjunto diferente de extremos climáticos globais.
Os corais do Pacífico Tropical registram as oscilações quente-frio absorvendo menos isótopo de oxigênio (O18) durante as fases quentes do ENSO e progressivamente mais durante as fases frias do ENSO. À medida que os corais crescem, eles criam camadas de registros de isótopos de oxigênio, crônicas da história da temperatura.
El Niño – Aquecimento Global Descontrolado.
Modelos impressionantes
A prova física tirada de três ilhas que pontilham o coração da zona do ENSO também derrubou manoplas científicas, desafiando fortemente os modelos de computador dos padrões e causas do ENSO. Um excelente exemplo: anteriormente desconhecido pela ciência, o estudo mostrou que em um período de 3.000 a 5.000 anos atrás, as oscilações de El Niño - La Niña eram extremamente leves. (ecodebate)

Reflorestamento: compromisso com o futuro

Já são 3,4 mil hectares reflorestados, espalhados em 92 bairros, com o Programa de Reflorestamento do Município do Rio de Janeiro.
O Programa de Reflorestamento do Município do Rio de Janeiro, ao longo de seus 33 anos, apresenta números que impressionam. Já são 3,4 mil hectares reflorestados, espalhados em 92 bairros, com a capacitação de 15 mil trabalhadores de comunidades carentes que passaram pela experiência de trabalho no mutirão.
Este é um programa que deve ser visto também além de seus números. Mais abrangente que a tradicional arborização urbana, é um programa concebido e implementado como uma política pública de longo prazo, o que é raro em nosso país.
Foi e continua um programa pioneiro por sua visão a partir dos conceitos de ecologia urbana, tendo em vista seus diversos impactos positivos na qualidade de vida da população e na preservação da biodiversidade, entre outros benefícios.
Os serviços socioambientais prestados pelas florestas urbanas são relevantes e, alguns, já são amplamente conhecidos, como o sequestro de CO2, regulação do microclima, melhora da qualidade do ar e favorecimento do escoamento retardado de chuvas intensas, reduzindo o risco de enchentes.
Outros impactos positivos devem ser reconhecidos, como a proteção de nascentes e áreas de recarga do lençol freático, abrigo e alimentação para a fauna, redução da erosão do solo, contenção de encostas instáveis, redução do assoreamento dos rios e cursos d’água.
Mantendo a visão estratégica que guiou a criação do Programa de Reflorestamento do Município do Rio de Janeiro, a Secretaria de Meio Ambiente inicia a sua ampliação com dois novos subprogramas, a Floresta dos Atletas e a Floresta da Zona Oeste.
A Floresta dos Atletas, compromisso do Comitê Rio-2016 perante o mundo na cerimônia de abertura das olimpíadas, foi viabilizada pela Secretaria de Meio Ambiente da Cidade e já teve o início de seu plantio no Parque Radical, em Deodoro. Contará com mais de 13 mil mudas, de 207 espécies. Dentre elas, 42 possuem algum grau de ameaça de extinção e 92 possuem frutos que atraem a fauna. Algumas espécies são arbóreas e outras arbustivas, possuindo grande variação de porte, o que possibilitará a formação dos diversos estratos e a criação de um futuro pomar de sementes que abastecerá outros projetos de reflorestamentos.
Na mesma área, em terreno adjacente pertencente ao Exército, será plantada a Floresta da Zona Oeste, concebida para formar um extenso corredor ecológico, integrando fragmentos florestais já existentes ao Maciço Gericinó-Mendanha.
Foram 33 anos de trabalho até aqui, mas ainda há muito por fazer, para que a cidade do Rio de Janeiro seja cada vez mais verde e biodiversa. Este é um dos nossos compromissos com o futuro.
Reflorestamento na bacia do Rio Doce usa mudas de pequenos produtores.
Meta é recuperar 5 mil nascentes e 40 mil hectares de mata nativa. (ecodebate)

quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

35% do desmatamento na Amazônia é grilagem

35% do desmatamento na Amazônia é grilagem, mostra análise realizada pelo IPAM.
Uma análise realizada pelo IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) mostrou que 35% do desmatamento ocorrido na Amazônia entre agosto de 2018 e julho de 2019 foi registrado em áreas não-designadas e sem informação.
“Isso é grilagem de terras”, afirma o diretor- executivo do IPAM, André Guimarães. “Essas florestas são públicas, ou seja, é patrimônio de todos os brasileiros, que é dilapidado ilegalmente para ficar na mão de alguns poucos.”
Se o desmatamento ocorrido em áreas protegidas for adicionado à conta, o índice chega a 44%. Os números baseiam-se no Prodes, sistema oficial de monitoramento do desmatamento na Amazônia, divulgado ontem pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), e divididos por categoria fundiária pelo IPAM.
“A grilagem tem se mantido na Amazônia ano a ano, com um incremento recente em terras não-designadas”, explica a diretora sênior de Ciência do IPAM, Ane Alencar. “Precisamos preservar essas florestas para garantir que as chuvas continuem a alimentar o campo brasileiro e a geração de energia. Isso se dá com fiscalização eficiente e constante, além da destinação dessas áreas para conservação.”
Outra categoria fundiária que se destaca são os assentamentos. Segundo análise do IPAM, em 2019 confirma-se um padrão de desmatamento nessas regiões que tem pouco a ver com a produção familiar: dos 283 mil km2 derrubados nessa categoria, 154 mil km2, ou 55% da área, estão concentrados em 57 assentamentos, que representam somente 6% dos 917 projetos que registraram retirada de árvores entre agosto de 2018 e julho de 2019.
(ecodebate)

Crise ambiental colocará 5 bilhões de pessoas em risco até 2050

A crise ambiental global colocará 5 bilhões de pessoas em risco até 2050.
É triste pensar que a natureza fala e que a humanidade não a ouve” - Victor Hugo
Cinco bilhões de pessoas em todo o mundo – especialmente aquelas de comunidades mais pobres – deverão enfrentar, até 2050, um risco crescente de suportar tempestades costeiras, poluição da água e perdas de colheitas ligadas à crise climática causada pelo crescimento das atividades antrópicas.
Artigo de Rebecca CHAPLIN-KRAMER, publicado na revista Science (10/2019), buscou entender e mapear os locais onde a natureza mais contribui para viabilizar a vida das pessoas e quantas pessoas podem ser impactadas pelas mudanças climáticas e pela crise ambiental. Os autores se concentraram em três áreas nas quais a natureza é considerada extremamente benéfica para as pessoas – regulação da qualidade da água, proteção contra riscos costeiros e polinização de culturas – e analisaram como elas podem mudar ao longo das próximas décadas. Foi desenvolvido um mapa interativo para destacar os resultados.
Conhecer a distribuição espacial das áreas mais afetadas pelas mudanças climáticas e a degradação ambiental é fundamental para orientar a iniciativa privada e as políticas públicas na tarefa de fazer a transição energética dos combustíveis fósseis para as fontes totalmente renováveis e promover a restauração da natureza para ajudar a evitar impactos mais catastróficos do aumento da temperatura e do colapso dos ecossistemas.
O estudo mostra que a atual governança ambiental – nos níveis local, regional e internacional – não está incentivando as regiões mais vulneráveis a investir na recuperação dos ecossistemas. Se o crescimento demoeconômico continuar ao longo do século XXI, a ecologia não será capaz de fornecer o seguro natural diante dos impactos induzidos pelas mudanças climáticas em alimentos, água e infraestrutura. As populações da África e da Ásia serão as mais desfavorecidas pelos “rendimentos decrescentes” da natureza.
5 bilhões de pessoas em risco até 2050 por conta da crise climática.
Ou seja, o “crescimento sustentado” que é a base do desenvolvimento global – alavancado pelos combustíveis fósseis – gerou uma quantidade astronômica de bens de consumo a serviço do elevado padrão de vida da humanidade, mas ultrapassou a capacidade de carga da Terra. A perda de resiliência ecológica fará a máquina insana de acumulação de riqueza perder a sua base natural e entrar em regressão, pois sem ECOlogia não há ECOnomia.
A extinção da vida natural e da vitalidade dos ecossistemas pode colocar em xeque a própria existência da humanidade. Por conta disto o movimento “Extinction Rebellion” (Rebelião ou Extinção) busca engajar as pessoas na luta contra o colapso climático e ambiental, evitando o holocausto ecológico e o risco de extinção. O objetivo da “Rebelião da Extinção” é exercer pressão sobre os governantes e fortalecer a sociedade civil no sentido de enfrentar o caos climático e a degradação dos ecossistemas.
O grupo Rebelião ou Extinção tem três demandas centrais:
1) que o governo “conte a verdade à população declarando uma emergência climática e ecológica”;
2) que o governo “zere as emissões de gases de efeito estufa até 2025”;
3) que o governo “crie uma assembleia popular, formada por cidadãos comuns e escolhidos aleatoriamente, e siga suas decisões sobre o meio ambiente”.
Mais de 11 mil cientistas de todo o mundo, de maneira reiterada, alertam a humanidade sobre a ameaça de uma iminente catástrofe ambiental e declararam que o Planeta está enfrentando uma emergência climática. O alerta diz que os cientistas têm uma obrigação moral de alertar claramente a humanidade sobre uma possível ameaça catastrófica que pode provocar “sofrimento humano incalculável” (Alves, 13/11/2019).
O trabalho de Rebecca CHAPLIN-KRAMER (Science, 10/2019) reconhece a situação de emergência climática e é útil para mapear as áreas do mundo mais vulneráveis à crise ambiental, fornecendo instrumentos para se criar políticas para minorar os danos ecológicos que pode afetar cerca de 5 bilhões de pessoas no Planeta. (ecodebate)

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Mudanças climáticas prejudicam saúde de crianças no mundo

Mudanças climáticas já prejudicam saúde das crianças em todo o mundo.
O estudo Lancet Countdown on Health and Climate Change reúne pesquisas de 35 instituições de abrangência global, incluindo a Fiocruz.
As mudanças climáticas que o mundo inteiro tem enfrentado já estão prejudicando a saúde de crianças e apontam consequências para toda a vida de uma geração inteira, de acordo com a contagem regressiva da Lancet para a Saúde e Mudanças Climáticas (Lancet Countdown on Health and Climate Change). O estudo – que reúne pesquisas de 35 instituições de abrangência global, incluindo a Fiocruz – será lançado no Brasil nesta segunda-feira, 18, durante evento realizado na Universidade de São Paulo.
O relatório é uma análise anual que acompanha 41 indicadores-chave para avaliar o impacto das mudanças climáticas na saúde pública. Para isso, o documento aborda quatro áreas essenciais: vulnerabilidade a doenças transmitidas por mosquitos, carvão, poluição do ar e emissões dos setores da saúde.
Os estudos relatam extensos danos à saúde causados pelas mudanças climáticas e apontam consequências para toda a vida de crianças nascidas hoje. A medida que as temperaturas se elevam, os bebês são mais vulneráveis aos males da desnutrição e aumento nos preços dos alimentos. Além disso, as crianças são as que mais sofrerão com o aumento de doenças infecciosas, com um aumento de 11% na capacidade de um tipo de mosquito transmitir dengue no Brasil, como resultado das mudanças climáticas.
Exposição a incêndios florestais e o impacto da poluição do ar também são alguns dos pontos citados pelo documento. Durante a adolescência, essas crianças sofrerão com os níveis perigosos de poluição atmosférica ao ar livre, que contribuíram para 24 mil mortes prematuras só em 2016. Os eventos climáticos extremos também se intensificarão na idade adulta de pessoas nascidas hoje; no Brasil, desde 2001, 1,6 milhão de pessoas foram expostas a incêndios florestais.
Lancet Countdown
O Relatório de 2019 da The Lancet Countdown sobre saúde e mudanças climáticas apresenta os dados mais recentes sobre 41 indicadores de cinco áreas: impactos, exposições e vulnerabilidades às mudanças climáticas; planejamento de adaptação e resiliência para a saúde; ações de mitigação e co-benefícios à saúde; economia e finanças; e engajamento público e político. (ecodebate)

INPE omite redução no desflorestamento da última década

Números de desmatamento do INPE omite redução no desflorestamento da última década
Entrevista com Ciro Siqueira (engenheiro agrônomo amazônia), sobre divulgação de desmatamento da Amazônia pelo INPE (Prodes)
Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o eng.agr. Ciro Siqueira contestou a divulgação feita ontem pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), de que houve aumento extraordinário do desmatamento na Amazônia.
Segundo o engenheiro (especialista em meio-ambiente e morador no norte do Pará), a divulgação foi feita para escandalizar e não corresponde à verdade quando comparada com os dados históricos registrados por órgãos que medem a velocidade do desflorestamento amazônico. 
Com dados do sistema de monitoramento Prodes, o INPE informou que entre agosto de 2018 e julho de 2019 houve um aumento de 29,5% no desmatamento nos Estados do Amazonas, Pará, Rondônia.
Ciro Siqueira contesta esses dados ao estender esses números ao registrado na última década. "É nítida a diferença entre o que foi mostrado ontem e a realidade do registrado nos últimos anos. Comparativamente pode-se dizer que houve diminuição no deflorestamento". (veja o gráfico).
Para ele, o movimento ambientalista faz uma "asfixia econômica"  sobre a população amazônica, impedindo que o povo obtenha renda de maneira legal, tendo em consequência que apelar para práticas ilegais de desenvolvimento, que impacta no desmatamento.
-- "Na Amazônia não se pode fazer nada que gere renda, emprego, ocupação. Quando o governo escolhe tirar essa asfixia econômica, os ambientalistas aparecem. O que os ambientalismo sério deveria fazer seria apresentar uma proposta para desenvolver de forma sustentável o povo da Amazônia, mas ninguém sabe como fazer. E se você não achar um jeito de desenvolver o povo amazônia, esse desmatamento toda vez vai surgir", afirma.
Ciro Siqueira vê até de certa forma positiva a divulgação do INPE feita ontem. Segundo ele, os dados do sistema Prodes desmentiu o alarmismo feito em meados do ano quando, com base no Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), a mídia mundial informava que o Brasil estava destruindo a Amazônia.
-- "Agora o INPE mostra outra realidade, diferente do alarmismo feito na metade deste ano. Na época vimos alguns formadores de opinião falando que os dados do desmatamento iriam subir 100%, 200%; agora vem o levantamento e mostra que houve crescimento de 30%, e isso já vem numa tendência de aumento nos últimos anos", explica.
Segundo ele, estas "previsões alarmistas" divulgadas na metade deste ano vieram de números do Deter, que "por questões técnicas, não é adequado para utilização para comparações mês a mês". 
Para o engenheiro agrônomo, a pressão internacional sobre o governo Bolsonaro vai obrigá-lo a agir da mesma forma que os governos anteriores fizeram colocando a repressão das Forças Armadas e IBAMA sobre a população. "A gente precisa dar ao governo a chance de nos ajudar, tirar as amarras que impedem o desenvolvimento regional" completou.
Veja abaixo fotos enviadas pelo Engenheiro Agrônomo Emerson de Souza, dos trabalhos de limpeza de área desmatada legalmente (de acordo com o Código Florestal) no município de em Abel Figueiredo (norte do PA). Na sequência abaixo, o povo da amazônia, trabalhando e sobrevivendo.
Foto em Abel Figueiredo (PA).
Foto em Abel Figueiredo (PA). (noticiasagricolas)

domingo, 22 de dezembro de 2019

Metade da poluição plástica em nossos oceanos vem de apenas cinco países

Mais da metade da poluição plástica em nossos oceanos vem de apenas cinco países, sendo quatro deles do sudeste da Ásia.
Relatório do PNUMA alerta sobre políticas plásticas atrasadas no Sudeste Asiático
Uma nova avaliação das políticas de resíduos plásticos do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) determinou que políticas limitadas sobre embalagens plásticas e implementação fraca estão agravando o problema da poluição por plástico nos países do Sudeste Asiático.
O relatório recomenda políticas pan-ASEAN para beneficiar os países no combate ao problema da poluição por plásticos. Também sugere que os países se beneficiariam de centros de tecnologia compartilhados na região da ASEAN para reciclagem e monitoramento do comércio de resíduos plásticos.
“O Sudeste Asiático é uma fonte primária e também vítima da poluição por plástico, que está sufocando os mares e ameaçando ecossistemas e meios de subsistência”, disse Kakuko Nagatani-Yoshida, Coordenadora Regional de Produtos Químicos e Resíduos do PNUMA. “Se queremos resolver o problema do lixo marinho globalmente, temos que resolvê-lo nesta região”.
Mais da metade da poluição plástica terrestre em nossos oceanos é originária de apenas cinco países, quatro do sudeste da Ásia. Essa poluição tem mais do que um impacto ambiental, o lixo plástico na região da Ásia-Pacífico custa US $ 1,3 bilhão por ano às suas indústrias de turismo, pesca e transporte marítimo.
O relatório, The Role of Packaging Regulations and Standards in Driving the Circular Economy, é o primeiro olhar abrangente sobre políticas de resíduos e padrões de embalagens em 10 países do Sudeste Asiático. Também compara as políticas do Sudeste Asiático com as de outros países, como a UE e o Japão. A revisão mostra que nestas jurisdições, a embalagem de lixo é gerenciada de maneira mais sustentável devido à presença de metas nacionais, uma abordagem abrangente do ciclo de vida da embalagem e a adoção de políticas que enfatizem soluções que abordem a causa raiz do problema.
O PNUMA lançou o relatório na SEA of Solutions 2019, a primeira semana anual de parceria convocada pela circular da SEA, uma iniciativa do PNUMA e do Corpo de Coordenação nos Mares do Leste da Ásia (COBSEA), com apoio do governo sueco. (ecodebate)

Aumento do nível do mar ameaçará mais 40 milhões de pessoas

Emergência Climática – O aumento do nível do mar ameaçará mais 40 milhões de pessoas – três vezes o que as estimativas anteriores.
Enquanto o debate continua sobre como combater as mudanças climáticas, os impactos que a elevação da temperatura já alcançou estão piorando.
Por que é importante: estamos aprendendo mais sobre quanto do dano é irreversível, como com o aumento do nível do mar – o que significa que precisamos pensar não apenas em parar o problema, mas também em nos adaptarmos às partes que não podemos parar.
Dirigindo a notícia: O aumento do nível do mar ameaçará mais 40 milhões de pessoas – três vezes o que as estimativas anteriores – nos próximos 30 anos, diz uma nova pesquisa. Os países asiáticos mais pobres estão em maior risco.
O que eles estão dizendo: “A maior parte do aumento do nível do mar entre agora e 2050 já está definida”, disse Benjamin Strauss, coautor do relatório de revisão por pares da organização científica Climate Central.
O quadro geral: a maioria das atenções políticas concentra-se em como desacelerar as mudanças climáticas, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa que estão aumentando a temperatura da Terra, mas uma parte igualmente consequente desse problema é a adaptação a um mundo mais quente em que já estamos vivendo – e no qual estamos ‘ vou viver em qualquer lugar nas próximas décadas.
O que há de novo: os pesquisadores usaram um método mais sofisticado para determinar “o verdadeiro nível do solo no alto de árvores ou edifícios”, disse o coautor Scott Kulp ao NYT.
• Esse método já foi usado em partes mais desenvolvidas do mundo, mas não na Ásia, que é uma das razões pelas quais os impactos projetados são mais recentes e terríveis.
• “Os números são maiores na Ásia em geral porque há uma densidade populacional tão alta e é tão concentrada nas elevações mais baixas em direção à costa”, disse Strauss.
• A pesquisa não leva em conta o crescimento da população; portanto, o impacto pode ser ainda maior se esses países continuarem crescendo, o que é esperado.
Como funciona: a pesquisa descobriu que mais de 40 milhões de pessoas viverão em áreas abaixo dos níveis da maré alta até 2050 – o que significa, disse Strauss, que “você recebe defesa costeira ou é melhor se mudar”.
• Esse aumento está no topo das 110 milhões de pessoas que já vivem abaixo do nível da maré alta com proteção contra infraestrutura, como diques.
• “Embora os diques possam nos proteger, eles também podem nos dar uma falsa sensação de segurança, porque, quando falham, os resultados podem ser catastróficos”, disse Strauss, observando os desafios que Nova Orleans enfrenta.
O que estamos assistindo: Strauss espera que essa pesquisa galvanize as cidades para se preparar melhor para o aumento do mar que está inevitavelmente chegando, mas também o momento de reduzir as emissões para limitar os piores impactos até o final deste século.
• Sua pesquisa sugere que, se continuarmos business as usual – as emissões de esquerda na maior parte desmarcada – até 200 milhões mais pessoas estarão em risco em 2100.
(ecodebate)

quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Alta no desmatamento da Amazônia em 2019 na era Bolsonaro e Salles

Alta no desmatamento da Amazônia em 2019 coroa desmonte ambiental de Bolsonaro e Salles.
Variação relativa anual das taxas do PRODES na Amazônia Legal. Em azul a estimativa para 2019.
Amazônia perdeu quase 10 mil Km2 de floresta em 2019, na terceira maior elevação da taxa na história.
O desmatamento da Amazônia foi de 9.762 Km2 em 2019, segundo dados do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) divulgados pelo governo federal em 18/11/19. É a maior taxa desde 2008 e a terceira maior alta percentual da devastação na história, perdendo apenas para 1995 (95%) e 1998 (31%).
O número é uma estimativa do sistema Prodes, que uma vez por ano informa a taxa oficial do desmatamento (medida de agosto de um ano a julho do ano seguinte). Em maio do ano que vem, ele será ajustado para dar a taxa final, que pode ser ainda maior que a estimativa. Ele confirma a tendência de alta significativa (49%) apontada pelo sistema Deter, que monitora o desmate em tempo real. A explosão dos números do Deter a partir de junho fez o presidente Jair Bolsonaro chamar o INPE de “mentiroso” e demitir seu diretor, Ricardo Galvão.
O dado é decorrência direta da estratégia implementada por Bolsonaro de desmontar o Ministério do Meio Ambiente, desmobilizar a fiscalização, engavetar os planos de combate ao desmatamento dos governos anteriores e empoderar, no discurso, criminosos ambientais. O próprio presidente já declarou, com orgulho, que havia mandado seu antiministro do Ambiente, Ricardo Salles, “meter a foice no IBAMA”. Salles obedeceu.
Diferentemente do que aconteceu em anos anteriores de elevação da taxa, desta vez não foi anunciado pelo governo federal nenhum plano crível para reverter a situação. O antiministro Salles anunciou uma reunião com governadores da Amazônia em 20/11/19 na qual seriam apresentadas medidas para conter a crise.
Em 1995, Fernando Henrique Cardoso elevou os limites de proteção do Código Florestal; em 2003, Luiz Inácio Lula da Silva criou o Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAm), que Salles e Bolsonaro enterraram; em 2008, o governo criou uma lista dos municípios críticos e cortou crédito rural para desmatadores.
Para não deixar dúvida sobre a tendência, os dados do Deter apontam que a explosão na devastação continua em 2020. Somente entre agosto e a primeira semana de novembro o sistema de alertas do INPE já registrou 3.929 Km2 desmatados, o que significa 57% de tudo o que se desmatou em 12 meses em 2019.
Como a área de alertas vista pelo Deter é sempre menor que a área desmatada registrada no Prodes, já é possível afirmar que o Brasil não cumprirá a meta de reduzir o desmatamento em 80% em 2020 (para 3.925 Km2), mesmo que todo o desmate acabe hoje na Amazônia.
“O dado divulgado pelo INPE é o indicador mais importante do impacto da gestão Bolsonaro/Salles para o meio ambiente do Brasil até agora: um imenso desastre. E propostas como legalização da grilagem de terras públicas, mineração e agropecuária em terras indígenas, infraestrutura sem licenciamento ambiental só mostram que os próximos anos podem ser ainda piores”, disse Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório do Clima. “A dúvida que permanece é até quando parceiros comerciais do Brasil irão confiar nas promessas de sustentabilidade e cumprimento do Acordo de Paris, enquanto florestas tombam, lideranças indígenas são mortas e leis ambientais são esfaceladas.”
“O governo Bolsonaro é responsável por cada palmo de floresta destruída. Este governo hoje é o pior inimigo da Amazônia”, disse Marcio Astrini, coordenador de Políticas Públicas do Greenpeace.
“Nenhuma taxa é aceitável quando se sabe que mais de 90% do desmatamento é ilegal”, afirmou Adriana Ramos, diretora de Políticas Públicas do Instituto Socioambiental. “Não é de se estranhar que isso aconteça tendo em vista que desde a campanha eleitoral o presidente defende ilegalidade ambiental e promove a impunidade. O governo também tem uma imensa responsabilidade por ter paralisado o único instrumento de financiamento voltado a redução do desmatamento na Amazônia, que era o Fundo Amazônia”. (ecodebate)

Como a fumaça de incêndios florestais afeta a saúde humana

Dentre os sintomas de doenças e doenças observados relatam infecções do sistema respiratório superior, asma, conjuntivite, bronquite, irrita...