Setor transporte responde por 25% das emissões
globais de gases de efeito estufa.
O setor de transporte contribui com um quarto das
emissões globais de gases de efeito estufa e é a área em que as irradiações de
carbono mais crescem desde 2000.
A
informação consta de relatório apresentado em 11/12/18 na 24ª Conferência das
Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 24), em Katowice, Polônia.
Congestionamento
na saída de São Paulo.
De
acordo com o relatório Situação global do Transporte e Mudança Climática Global
(tradução livre), elaborado por mais de 40 organizações internacionais que
atuam em prol de transportes sustentáveis e de baixo carbono, as emissões
provocadas pelos transportes cresceram de 5,8 gigatoneladas de CO2 em 2000 para 7,5
gigatoneladas em 2016, volume 29% maior.
Entre
os modais que mais contribuem com as emissões de dióxido de carbono, os carros
leves lideram com 45% do volume emitido. Em seguida, aparecem os caminhões,
responsáveis por 21% das emissões de CO2, os aviões e navios, ambos com 11% das
emissões, ônibus e micro-ônibus representam 5%, triciclos e motocicletas 4% e
os trens figuram com 3%.
O
relatório projeta que países em desenvolvimento serão responsáveis por
praticamente todo o aumento das emissões de carbono por transporte. A contribuição
das emissões desses países – 29 entre os 40 pesquisados – crescerá de 40% em
2015 para uma projeção de 56% a 72% em 2050.
O
estudo estima ainda que as emissões globais pelos transportes devem ser reduzidas para
dois ou até três gigatoneladas de CO2 até 2050 para que as metas do
Acordo de Paris sejam cumpridas. O documento aponta que o potencial de
mitigação das emissões de dióxido de carbono em países não desenvolvidos é 60%
maior do que em países economicamente mais fortes.
Infraestrutura
O
relatório informa também que o transporte de passageiros aumentou 74% desde
2000, principalmente em países em desenvolvimento. Entre 2000 e 2015, os
transportes compartilhados na maioria dos países foram substituídos por
automóveis privados e deslocamentos aéreos.
Considerando
a infraestrutura de transporte, a extensão global de rodovias aumentou cerca de
40% desde o ano 2000. Enquanto que os trilhos convencionais estagnaram nos
níveis do início dos anos 2000, a infraestrutura das rodovias de alta
velocidade cresceu quase 12 vezes em relação aos anos 1990.
O
estudo aponta que nas duas últimas décadas houve expansão significativa do BRT
(Bus Rapid Transit, sistema de transporte público baseado no uso de ônibus), de
853%, dos veículos leves sobre trilhos, 88%, e do sistema de metrô, 67%. Nos
anos mais recentes, os pesquisadores identificaram, no entanto, que a
construção de BRT tem reduzido de forma expressiva.
Segundo
os autores do relatório, o objetivo da divulgação é dar subsídios para
elaboração de políticas públicas que contribuam para o alcance das metas de
descarbonização e limitação do aquecimento global em até 1,5ºC, conforme prevê
o Acordo de Paris.
Os
pesquisadores sugerem que os países evitem e reduzam a necessidade por
deslocamentos em veículos motorizados e desenvolvam novos planos de mobilidade.
Eles sugerem ainda a redução da soberania dos carros e o aumento do
financiamento e desenvolvimento de estrutura para ampliar o uso de transporte
público, trem e bicicletas. (ecodebate)
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