Segundo a ONU, é
absolutamente necessário restabelecer o equilíbrio entre a produção e o consumo,
para que o Planeta possa oferecer aos seus habitantes os recursos de que
necessitam. Como o problema pode ser contido?
Uma questão para a qual o
Objetivo 12 busca fornecer respostas e soluções, entre as quais: alcançar a
gestão sustentável e o uso eficiente dos recursos naturais; reduzir pela metade
o desperdício global per capita de descartes de alimentos na venda de varejo,
dos consumidores e em toda a cadeia de produção e fornecimento; reduzir
substancialmente a geração de resíduos por meio da prevenção, redução,
reciclagem e reutilização; incentivar as empresas, especialmente as de grandes
dimensões e transnacionais, a adotar práticas sustentáveis e a integrar as
informações sobre a sustentabilidade em seus relatórios periódicos.
No entanto, a ONU exorta os
países a acelerar sua tabela de marcha, também à luz dos dados alarmantes
provenientes do novo Relatório do Índice de Desperdício de Alimentos das Nações
Unidas de 2021, que estima em quase um bilhão de toneladas o alimento
desperdiçado a cada ano. Alimentos que acabam indo para as lixeiras de
famílias, varejistas, consumidores, restaurantes e outros serviços
alimentícios. Um montante que, segundo o relatório, pode ser equiparado a cerca
de 23 milhões de caminhões de 40 toneladas totalmente carregados que,
alinhados, dariam a volta na Terra sete vezes.
O estudo observa que “em
quase todos os países o desperdício de alimentos tem sido considerável,
independentemente do nível de renda” e mostra que a maior parte desse
desperdício provém das famílias, que descartam 11% do total do alimento
disponível na fase de consumo da cadeia de abastecimento. Os serviços de
restaurantes e pontos de venda desperdiçam 5% e 2%, respectivamente.
Globalmente, um único consumidor desperdiça 121 quilos de alimentos todos os anos, dos quais 74 quilos nas famílias.
O relatório também destaca que “o desperdício de alimentos tem impactos ambientais, sociais e econômicos significativos. Por exemplo, em um momento em que a ação climática continua apresentando atraso, 8%-10% das emissões globais de gases de efeito estufa estão associadas ao alimento não consumido, se forem levadas em conta as perdas antes de chegar ao nível do consumidor”.
O problema afeta bastante a
Itália. Na Itália, o desperdício de alimentos diminuiu, mas o dado se deve em
parte à emergência do Covid-19. No entanto, de acordo com o Waste Watcher
International Observatory, 5,2 milhões de toneladas de alimentos acabaram no
lixo, nas casas e ao longo de toda a cadeia de abastecimento. Isso significa
9,7 bilhões de euros: 6 bilhões e 403 milhões de desperdício alimentar nas
casas italianas e mais de 3,2 bilhões de perdas nos campos, no comércio e na
distribuição. Na Itália, também diminuíram 7% no geral as embalagens que
acabaram na reciclagem.
Os números do Conai – Consórcio nacional que direciona a atividade e garante os resultados de recuperação de seis consórcios de materiais (aço, alumínio, papel/papelão, madeira, plástico e vidro) – estimam que em 2020 foram reciclados 9 milhões de toneladas de embalagens e as previsões para 2021 dizem que se possa chegar a 9 milhões e meio. Em comparação com os resíduos industriais, que representam a maior parte da coleta, os resíduos domésticos e de restaurantes diminuíram e não só devido ao Covid-19.
Os efeitos do desperdício chocante de alimentos no mundo.
Para
confirmar a maior disponibilidade dos italianos em reciclar, há os dados, ainda
divulgados pelo Conai com o Waste Watcher International Observatory, segundo os
quais as embalagens e suas características ambientais são elementos que
condicionam as escolhas de compra dos consumidores (para 73% dos
entrevistados). Para 71% o produto é sustentável, em primeiro lugar, se sua
embalagem for reciclável ou se for feita com material reciclado (69%). Se a
embalagem não é reciclável, 1 em cada 4 italianos (25%) o compra igualmente;
47% o compram, mas a contragosto; 22% mudam de ideia e busca um produto com
embalagem reciclada ou reciclável e um em cada vinte italianos, além de não o
comprar, também desaconselha seu uso a amigos e familiares. (ecodebate)
Nenhum comentário:
Postar um comentário