O campo, que é operado pela
Petrobras e está entre os maiores do mundo em volumes de produção, teve uma
intensidade de emissões de 24,69 quilos de carbono por barril de petróleo
equivalente (kgCO2/boe) no mês de julho/21.
Ao todo, Tupi teve produção de 917 mil barris por dia de petróleo e 42,3 milhões m3 por dia de gás natural em julho/21, por meio de nove plataformas, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
O volume de emissões em Tupi é
maior do que o do campo de Girassol, em Angola, por exemplo, que teve
intensidade de 14,86 kgCO2/boe no mês. As emissões também superam
grandes áreas produtoras na Noruega. Os campos de Johan Sverdrup e Ekofisk
registram emissão de 3,73 kgCO2/boe e 11,18 kgCO2/boe em
julho/21.
Por outro lado, o campo brasileiro ainda emite menos do que outras grandes áreas produtoras nos Estados Unidos, a área de Bakken, nas reservas de xisto não convencionais (shale), que teve emissão de 30,86 kgCO2/boe.
Os volumes medidos pela Platts foram antecipados ao Valor. A consultoria passará a divulgar, a partir de outubro, a intensidade de carbono na produção de 14 dos maiores campos de petróleo e gás do mundo, de modo a auxiliar a tomada de decisão de investidores e empresas da cadeia de refino, transporte, distribuição e comercialização.
A consultoria estima que,
para compensar as emissões geradas durante a produção, um comprador do petróleo
do campo de Tupi precisaria investir US$ 0,49 (cerca de R$ 2,6) por barril equivalente
de petróleo em ações de reflorestamento, por exemplo.
Analistas têm apontado que as
áreas capazes de produzir petróleo e gás com menos emissões de carbono vão ser
mais competitivas na transição para uma economia de baixo carbono. Nesse
cenário, o petróleo ainda vai ser consumido globalmente, mas vai ocupar espaço
cada vez menor na matriz energética global.
“O conhecimento sobre os
valores de intensidade de carbono, trabalhado em conjunto com mercado de
carbono, vai acelerar investimentos em projetos que vão reduzir ou evitar
emissões de gases de efeito estufa no futuro”, afirma a chefe da área de
mercados de baixo carbono da Platts, Deb Ryan.
Em produção desde 2010, Tupi foi uma das primeiras grandes descobertas do pré-sal. A Petrobras opera a área em parceria com 65% de participação, em parceria com a Shell Brasil (25%) e Petrogal Brasil (10%).
Setor de petróleo reconhece avanço do movimento por menos emissões.
Este mês, a estatal
brasileira anunciou a intenção de atingir a neutralidade nas emissões de gases
de efeito estufa nas operações sob seu controle em um prazo compatível com o
estabelecido pelo Acordo de Paris. O tratado, assinado por quase 200 países em
2015, prevê a adoção de políticas para limitar o aumento médio da temperatura global
a menos de 2°C acima dos níveis pré-industriais até o fim do século.
(biodieselbr)
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