As PANC, acrônimo para
Plantas Alimentícias Não Convencionais, estão em quase todo lugar: nas
pracinhas, em terrenos, no jardim, horta ou em canteiros de rua e são
consideradas apenas um ‘matinho’ para quem não sabe sobre essa possibilidade
alimentar.
De acordo com o biólogo
amazonense e criador da sigla PANC, Valdely Ferreira Kinupp, esses vegetais são
espécies espontâneas ou silvestres, orgânicos pela própria essência, e com
grande variedade de nutrientes que melhoram as funções do corpo e ajudam a
prevenir várias doenças.
“Consumir Pancs é uma forma
de valorizar a biodiversidade, reestabelecer a saúde e experimentar novos
sabores. Além disso, é possível aumentar o repertório alimentar com incontáveis
pratos da culinária brasileira não convencional”, explica Valdely, que esteve
em Curitiba, à convite do Centro Europeu e em parceria com o Festival
Sustentável Curitiba Santé, para participar de uma aula especial do curso de
especialização em Cuisine Santé.
De acordo com o diretor
acadêmico do Centro Europeu, Rogério Gobbi, a vinda do Valdely a sede de gastronomia
demonstra, mais uma vez, que a escola prioriza a inovação e o fortalecimento do
conceito da gastronomia saudável e sustentável em seus cursos de formação.
“Buscamos trazer para os nossos alunos os profissionais com maior conhecimento
técnico, científico e inovador que fará toda a diferença na sua formação
profissional”, afirma Rogério.
Durante sua passagem por Curitiba Valdely gravou na sede de gastronomia do Centro europeu, – ao lado do chef Renhard Pfeiffer – a receita de um Baião de PANCs (confira receita abaixo).
São mais de 40 plantas comestíveis não convencionais no Brasil.
Sustentabilidade e nutrição
Incluir as PANCs no dia a dia
também é uma iniciativa sustentável. Isso porque, segundo Organização das
Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), somente 30 espécies de
plantas fornecem 95% da demanda humana por comida, em um universo de incríveis
30 mil variedades.
Valdely destaca os benefícios
diretos e indiretos de incluir as PANCs na alimentação. “Entre os benefícios
diretos estão uma alimentação mais orgânica e saudável, que pode ser produzida
em pequenas áreas em casa residenciais. Já o benefício indireto é uma
contribuição para o planeta, tendo em vista que estamos falando de alimentos
sem o uso de agrotóxicos ou adubos químicos”, completa.
Outra dica do biólogo é para
que as pessoas busquem informações sobre como identificar as PANCs indicadas
para a alimentação humana. “Elas não são convencionais, não estão na merenda ou
nas feiras, as pessoas leigas devem fazer cursos e se qualificar para
identificar as PANC. O que pode ser feito é ir às feiras orgânicas e começar a
encomendar plantas do agricultor, como ortiga, picão branco, preto ou uma fruta
diferente”, orienta Valdely.
Entre as espécies de PANCs estão a ora-pro-nóbis, também chamada como carne-de-pobre, possui alto teor de proteína,a é rica em vitaminas do complexo B, A e C, fibras e fósforo. As folhas são sua parte comestível, podendo ser consumidas secas ou frescas, cruas ou cozidas, e até acrescentada a massas de pães. Já a bertalha também é trepadeira com folhas e caules verdes, carnosos e suculentos, com aparência similar à do espinafre. É rica em vitamina A, vitamina C, cálcio e ferro. As folhas e os ramos novos devem ser consumidos logo após a colheita, refogados ou em substituição ao espinafre e à couve, ou em omeletes, quiches e tortas. Crua, pode ser ingerida junto a saladas verdes.
Festival Curitiba de Cozinha Santé
O Festival Curitiba de
Cozinha Santé – que este ano será diferente e tem o lançamento previsto para 20
de outubro pelo site curitibasante.com.br –
contará com uma aula específica sobre PANCs.
Reinhard Pfeiffer, um dos
idealizadores do evento, explica que o objetivo desta edição é entrar na casa
das pessoas levando consciência através de receitas saudáveis e saborosas.
Outra surpresa para esta
edição é o lançamento de um e-book com mais de 40 receitas ‘plant based’ e
fotos autorais que o público ao adquirir as aulas/palestras irá receber. O
valor do vídeo + o ebook custará R$ 79,90 através do ecommerce curitibasante.com.br.
CONFIRA A RECEITA DE BAIÃO DE
PANCs
BAIÃO DE PANC (Chef Reinhard
Pfeiffer)
Tempo: 50min (+5min de
descanso)
Rendimento: 6 porções
Dificuldade: fácil
Ingredientes
• 2 xícaras (chá) de arroz
vermelho (cozido)
• 2 colheres (sopa) de
gengibre ralado
• 5 colheres sopa de manteiga
de garrafa
• ½ xícara de tofu defumado
picado (substituto do bacon)
• 1 cebola roxa picada
• 1 pimenta dedo de moça
picada
• 1 pimentão vermelho picado
• 1 xícara de cogumelos
portobelo (laminados)
• 3 dentes de alho picados
• Cominho (despertar no fogo
antes)
• 2 xícaras (chá) de
feijão-de-corda ou carioca cozido al dente (salgar quente após cocção)
• 4 e 1/2 xícaras (chá) de caldo de legumes (salsão,
cenoura, tomate, cebola, ervas)
• Sal e pimenta-do-reino a
gosto
• 1 xícara (chá) de queijo
coalho em cubos (grelhar antes)
• 2 colheres de coentro
picado
• Páprica defumada
• 1 xícara de PANC picadas
• 1 xícara de tomate cereja
confitado
• Manteiga de garrafa (para
finalizar)
Modo de preparo:
– Aqueça a manteiga (1 c
sopa) com o gengibre fresco até começar a fritar.
– Acrescente o arroz vermelho
e refogue demoradamente.
– Junte o caldo de legumes
fervente e o sal. Quando o caldo retomar à fervura, abaixe o fogo, tampe a
panela e cozinhe por cerca de 35 minutos.
– Destampe e cozinhe por mais
10 minutos ou até a água secar. Desligue o fogo e mantenha o arroz por 5
minutos em panela tampada para finalização do cozimento. Reserve.
– Numa frigideira, doure os
cogumelos na manteiga de garrafa, o tofu defumado e a pimenta dedo de moça,
salgue, tempere com pimenta e acrescente o feijão, o arroz e o queijo coalho .
Tempere com pimenta, páprica, coentro e finalize com as Panc e os tomates
confitados.
– Acrescente mais manteiga para dar um brilho. Desligue o fogo e transfira para uma travessa.
Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs).
As plantas alimentícias não convencionais (pancs) estão por toda a parte - e deveriam estar no seu prato também. (ecodebate)
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