Brasil pedirá na COP-19 cálculo da responsabilidade de cada
país sobre aumento da temperatura global
O Brasil irá pedir na
19ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro da Organização das Nações Unidas
sobre Mudança do Clima (COP-19) – que começou em Varsóvia (Polônia) dia 11/11/13
– a criação de uma metodologia para que cada país possa calcular sua
responsabilidade histórica sobre o aumento da temperatura global.
“O Brasil está
levando para Varsóvia algumas contribuições para as negociações. A primeira é
para que o IPCC [Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas] prepare
de maneira bastante rápida uma metodologia simplificada para que cada país
possa calcular sua responsabilidade histórica para o aumento da temperatura
global”, disse hoje (4) o subchefe da divisão de Clima, Ozônio e Segurança
Química do Ministério das Relações Exteriores, Felipe Rodrigues Gomes Ferreira.
Ele falou em evento da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim).
De acordo com
Ferreira, o cálculo sobre a responsabilidade histórica do aquecimento global é
uma “questão chave” e é defendida pelo Brasil desde 1997, quando houve a
negociação do Protocolo de Quioto. “O foco da real causa do problema, que não é
a emissão de hoje, é o acúmulo das emissões da atmosfera desde o período
pré-industrial. Essa é a questão chave. A causa é o acúmulo de gás carbônico na
atmosfera e o efeito que ele tem na temperatura ao longo do tempo”, disse.
Relatório divulgado
no final de setembro pelo IPCC mostra que a influência humana no clima é a
principal causa do aquecimento global observado desde meados do século 20. O
aumento das temperaturas é evidente e cada uma das últimas três décadas tem
sido sucessivamente mais quente. Segundo o texto, há 95% de probabilidade de
que mais da metade da elevação média da temperatura da Terra entre 1951 e 2010
tenham sido causadas pelo homem. Os gases de efeito estufa contribuíram para o aquecimento
entre 0,5 e 1,3ºC no período entre 1951 e 2010.
“[Não estamos
propondo] uma fórmula geral e irrestrita, um cálculo feito pela convenção de
quanto cada país tem de fazer [para diminuir suas emissões]. Nós estamos
propondo que se elabore uma metodologia para que, da mesma maneira que cada
país calcula seu PIB [Produto Interno Bruto, que mede o total de bens e
serviços produzidos no país], que cada país possa fazer a sua contabilidade
nacional não só de emissões, mas também da responsabilidade histórica do país
no aumento global de temperatura. É o que se espera de Varsóvia”, disse
Ferreira. (EcoDebate)
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