SP: Sistema Cantareira, que abastece 14 milhões de
moradores, pode entrar em colapso até 2024
Sistema
Cantareira: Representação Gráfica dos Reservatórios
O abastecimento de
água em metade da Grande São Paulo e nas regiões de Campinas, Jundiaí, Limeira
e Piracicaba entrará em colapso até 2024, caso não sejam construídos novos
reservatórios, em cinco anos. A avaliação faz parte das discussões para a
renovação de outorga do Sistema Cantareira, que reorganizará a distribuição da
água. O prazo para que os órgãos envolvidos na operação entreguem as propostas
para a Agência Nacional de Águas (ANA) e para o Departamento de Águas e Energia
Elétrica (Daee) venceu em 08/11/13.
O Sistema Cantareira
– o maior produtor de água dessas regiões e responsável pelo abastecimento de
14 milhões de moradores – não dará conta da demanda, decorrente do crescimento
demográfico e industrial previsto para o período. A afirmação é de órgãos
técnicos e entidades ligadas ao setor que alertam que governos e empresas de
água terão de buscar novas fontes de recursos hídricos para suprir esse
consumo. Só com o crescimento populacional médio anual estimado em 1% para a
Grande São Paulo e 4% para a região de Campinas, será necessária a produção de
água suficiente para abastecer 400 mil moradores a mais a cada ano.
“Vamos começar com
racionamento de água e terminar no colapso. Se três reservatórios previstos não
forem construídos, o colapso é certo. Eles são prioritários, questão de vida ou
morte”, afirma o secretário executivo do Consórcio das Bacias dos Rios Piracicaba,
Capivari e Jundiaí, entidade que representa 75 cidades abrangidas pela bacia e
grandes empresas usuárias da água, Francisco Lahoz.
Com um novo cenário
de desenvolvimento, com o interior crescendo em ritmo mais acelerado, o Comitê
das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) aprovou em
07/11/13 um pedido de aumento da vazão de água para o interior para 8 mil
litros por segundo. O Consórcio do PCJ – entidade que faz parte do Comitê –
prevê um cenário pior. Calculou que, em 10 anos, a região de Campinas precisará
de até 18 mil litros por segundo – 13 mil litros por segundo mais do que usa
atualmente.
“Não é uma questão de
nós nos digladiarmos, mas sem novas represas, vamos precisar de mais água no
interior e liberar cada vez mais as comportas do Cantareira. Dessa forma, vai
chegar uma hora que vamos ter que reduzir a vazão para São Paulo”, afirma
Lahoz.
Conflito
A questão é que a
Grande São Paulo é dependente da água produzida pelo Cantareira. “Com a demanda
que existe na Região Metropolitana de São Paulo, é fundamental que seja mantida
essa vazão de 33 mil litros de água por segundo para que não exista o colapso”,
afirmou o diretor metropolitano da Companhia de Saneamento Básico do Estado de
São Paulo (Sabesp), Paulo Massatto.
A entidade já
encaminhou aos órgãos da União e Estado documento em que defende a manutenção
dos atuais valores na divisão da água produzida no sistema. Só na capital, 60%
dos imóveis recebem a água. A Secretaria Estadual de Saneamento e Recursos
Hídricos trabalha para evitar o conflito entre os municípios e Estados.
(ecodebate)
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