quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Aqui jaz o futuro

O futuro jaz no planeta Terra
‘Destruímos o futuro de nossos filhos’
Crise da água é mais séria do que pensamos e terá consequências por muitos anos.
Existe, nos debates sobre aquecimento global, uma expressão recorrente para medir o barril de pólvora sobre o qual estamos todos (friso: todos) sentados: responsabilidade intergeracional. É um palavrão daqueles que levam qualquer leigo a abandonar a conversa e deixar o abacaxi para os especialistas. Seria prudente, porém, incorporar tal palavrão em nosso vocabulário antes de sair por aí distribuindo votos para um próspero ano novo. 
Mal rabiscando, responsabilidade intergeracional é a capacidade de calcular um ato ou uma decisão levando em conta o bem-estar de quem ainda não nasceu. Nossos filhos, por exemplo. Ou os filhos dos nossos filhos. Ou os filhos dos filhos dos nossos filhos.
Parece simples, mas num contexto em que se ensina, desde a escola, a trucidar todas as barreiras diárias, do vestibular ao sucesso profissional, para sobreviver, tudo o que não pensamos ao fim do dia é sobre como estará o mundo em 2050. Ao fim do dia somos todos boiadeiros: estamos mais ocupados em nos manter no lombo do touro do que em saber para onde ele vai.
No passado, a lógica da urgência material, e da consequente irresponsabilidade intergeracional, criou aberrações urbanas como as observadas em São Paulo, um cemitério de rios canalizados e sepultados sobre o asfalto e o concreto. Nas grandes cidades do país, a força da grana ergueu e destruiu coisas belas que esquentam no inverno, esfriam no verão e inundam (ou costumavam inundar) nas estações chuvosas. No presente, a opção pelo transporte individual e pela ausência de espaços públicos criou, a curto o prazo, um terreno propício ao transtorno de seus habitantes, mas isso quase nunca entra na conta da vida em cativeiro. Para isso existem os remédios.
Nos relatos sobre a crise hídrica atual, o que mais assusta não são os apertos temporários só agora anunciados, mas a perenidade da tragédia. Há anos se fala em uso, reuso, reciclagem, gestão, desperdício, esforços individuais, possíveis racionamentos. Mas nenhuma dessas palavras dá voto, e por isso seguimos sugando tudo até a última gota.
Entre especialista, há quem assegure que as represas do sistema Cantareira, hoje no limite do (des) abastecimento, jamais voltarão a ser o que eram. Ou seja: a água da São Paulo no século XXI corre o risco de entrar na lista dos recursos naturais extintos pela exploração desenfreada. As cidades-cemitérios dos ciclos do ouro, da borracha, do ferro ou da madeira não me deixam mentir: quem lucrou parte em debandada rumo a outras fontes, e o legado a quem fica é só um rastro de destruição.
A urgência da exploração irresponsável pautou praticamente todos os ciclos de desenvolvimento testados no país. Em todos havia sempre questões mais urgentes do que o bem-estar de quem sequer havia nascido. Pois ninguém enriquece pensando no futuro. Daí a ação predatória sobre os recursos materiais e humanos: é preciso aproveitar enquanto eles existem.
Há, no entanto, um detalhe: o que a economia arruína, a história condena. Assim, a prosperidade do empreendedor do passado é hoje a ruína moral do escravista. Este enriqueceu em um modelo socialmente aceito, porque lucrativo até certo momento. Entrou para a história como canalha. Como não aprendemos nada com a história, o mundo de 2050 também não perdoará os costumes forjados neste início do século. Estes lavam a calçada com esguicho e esquecem a sede do neto. 
Há décadas os cientistas da área ambiental alertam para as relações diretas entre a destruição dos recursos naturais, o desmatamento e a emissão de gases poluentes com as intempéries climáticas. Mas a floresta é distante, a área de risco é distante, a safra é distante, o futuro é distante, a seca é distante.
Pagamos pra ver e o rio secou, justamente no momento em que o planeta discute como impedir a catástrofe. No relatório da 20ª Conferência do Clima, que acaba de ser encerrada em Lima, no Peru, autoridades de todos os países concordaram sobre um ponto: é urgente um esforço global para reduzir as emissões de CO2. Tudo para não corrermos o risco de chegar a 2050 com a temperatura média global 2ºC superior à atual - o suficiente para provocar febre em qualquer corpo. Uma febre de derreter as calotas polares. Para isso será inevitável pensar em soluções para a substituição de combustíveis fosseis e naturais. Grande ironia: por aqui, a salvação da lavoura é justamente a descoberta de jazidas de…combustíveis fosseis.
O ciclo, dessa maneira, se perpetua pela contracorrente. Quanto mais combustível, mais oportunidade de negócios (agora são as empreiteiras apanhadas na Lava Jato que não me deixam mentir), mais incentivo ao transporte individual, mais necessidade de concreto e asfalto, mais rios canalizados, mais área verde sepultada, menos escoamento, menos água para o reservatório.
Os escândalos, da água e do petróleo, podem ser distintos, mas a natureza, com o perdão do trocadilho, é a mesma. Em um, como em outro, o ciclo predatório é alimentado por um misto de omissão, ganância e cinismo que nos coloca em um mesmo barco: enquanto não discutirmos o modelo, e o mundo que queremos deixar para o futuro distante, seremos sempre corresponsáveis pela tragédia iminente. Garantir, na TV, que tudo está sob controle, do racionamento ao delito investigado, pode funcionar na urgência das urnas. Mas a História não tolera o atavismo. Ela governa para as gerações futuras - e elas não nos perdoarão.
*Seca deixa Represa do Jaguari com 1,7% do nível de água. (yahoo)

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Nível do Sistema Cantareira fica estável em 7,3%

Atual cálculo da capacidade do sistema já considera as duas cotas do volume morto, acrescentadas em maio e em outubro.
Não foram registradas chuvas no sistema nas últimas 24 horas e, no mês, a pluviometria acumulada é de 3,3 milímetros, ante média histórica, mais para dezembro de 220,9 milímetros.
Após forte chuva registrada durante a madrugada de 29/12/14 na região metropolitana de São Paulo, o nível do Sistema Cantareira ficou estável, em 7,3%, segundo informações da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Há um ano, o índice estava em 27,5%.
O atual cálculo da capacidade do Cantareira, feito pela Sabesp, já considera as duas cotas do volume morto, acrescentadas em maio e em outubro deste ano.
Outros dois sistemas apresentaram aumento no volume de água de domingo para segunda-feira. O Rio Grande elevou de 71,3% para 71,9% e Rio Claro de 33,4% para 33,5%. O Sistema Alto Cotia ficou estável, em 31,6%.
Já o maior sistema, o Guarapiranga, que atende 4,9 milhões de pessoas, teve queda no volume armazenado, de 40,8% para 40,5%. No dia 29 de dezembro de 2013, o volume estava em 70%.>>O nível de armazenamento do Alto Tietê, já considerando os 39,4 bilhões de litros do volume morto, acrescentados há quase duas semanas, interrompeu trajetória de altas consecutivas e caiu de 12,1% para 12%. O reservatório abastece 4,5 milhões de habitantes. (yahoo)

Sistema Cantareira sobe por três dias seguidos

Após chuvas, nível do sistema Cantareira sobe por três dias seguidos pela primeira vez no ano
O sistema Cantareira, principal reservatório de água da Grande São Paulo, tem mostrado uma tímida recuperação nos últimos dias, após fortes chuvas que caíram sobre a região. Pela primeira vez no ano, o nível das represas subiu por três dias seguidos e completou uma semana sem registrar queda. De 23 até 26/12/14, o índice subiu de 6,7% para 7,4%.
Como a Sabesp (Companhia de Abastecimento de Água de São Paulo) está utilizando a segunda quota do volume morto, são necessários mais de 1,1 trilhões de litros de água para encher o reservatório outra vez. As reservas técnicas representam 28% da capacidade de armazenamento do sistema Cantareira. Isso significa que, na prática, quando chegar a 28%, o nível voltará a zero.
O aumento no nível de reservação foi puxado pelas chuvas dos últimos dias. Se até 23/12 havia chovido 87,6 milímetros na região do Cantareira, nos últimos dias foram 55,6% milímetros. A cinco dias do fim do mês, porém, a chuva ainda está abaixo da média histórica. O acumulado do mês chegou a 143,2 milímetros, o que representa 64,8% do que costuma chover em dezembro.
O nível dos outros cinco mananciais que abastecem a região metropolitana de São Paulo também teve elevação. No Alto Tietê, segundo mais importante da região metropolitana, o nível passou de 10,5% para 11,6% nos últimos três dias. No Guarapiranga, o crescimento foi de 36,6% para 39,9%. (yahoo)
O sistema Cantareira, principal reservatório de água da Grande São Paulo, tem mostrado uma tímida recuperação nos últimos dias, após fortes chuvas que caíram sobre a região. Pela primeira vez no ano, o nível das represas subiu por três dias seguidos e completou uma semana sem registrar queda. De 23 até 26/12/14, o índice subiu de 6,7% para 7,4%.
Como a Sabesp (Companhia de Abastecimento de Água de São Paulo) está utilizando a segunda quota do volume morto, são necessários mais de 1,1 trilhões de litros de água para encher o reservatório outra vez. As reservas técnicas representam 28% da capacidade de armazenamento do sistema Cantareira. Isso significa que, na prática, quando chegar a 28%, o nível voltará a zero.
O aumento no nível de reservação foi puxado pelas chuvas dos últimos dias. Se até 23/12 havia chovido 87,6 milímetros na região do Cantareira, nos últimos dias foram 55,6% milímetros. A cinco dias do fim do mês, porém, a chuva ainda está abaixo da média histórica. O acumulado do mês chegou a 143,2 milímetros, o que representa 64,8% do que costuma chover em dezembro.
O nível dos outros cinco mananciais que abastecem a região metropolitana de São Paulo também teve elevação. No Alto Tietê, segundo mais importante da região metropolitana, o nível passou de 10,5% para 11,6% nos últimos três dias. No Guarapiranga, o crescimento foi de 36,6% para 39,9%. (yahoo)

Risco de racionamento não é descartado

Risco de racionamento não está descartado para 2015
Volume de chuva deve ser semelhante à média histórica, mas capacidade dos reservatórios no Sudeste está abaixo de 20%.
Crise da água
A previsão de que o volume de chuvas no chamado período úmido ficará próximo à média histórica afasta, mas não elimina o risco de racionamento ao longo de 2015. A atual situação dos reservatórios na região Sudeste, abaixo de 20% da capacidade de armazenagem, sugere que qualquer incidência de chuvas abaixo das expectativas obrigará o governo brasileiro a agir para garantir o abastecimento ao mercado.
Até o final de abril, quando termina o chamado período chuvoso, o nível dos reservatórios precisará ultrapassar o patamar de 30% da capacidade de armazenagem no Sudeste para garantir ao Brasil condições de superar o período seco. Ainda assim, são grandes as chances de, em dezembro de 2015, o tema racionamento estar em pauta e a preocupação com o nível de chuvas durante o período úmido ser realidade novamente.
Há, neste momento, indicação de que o volume de chuvas no período úmido ficará próximo à média histórica ou levemente abaixo desse patamar. Confirmada a projeção, o nível de água armazenada nos reservatórios subirá até abril, garantindo condições de abastecimento elétrico durante o período seco - entre maio e outubro.
No mês passado, o diretor geral do Operador Nacional do Sistema (ONS) elétrico, Hermes Chipp, destacou que chuvas próximas a 70% da média histórica elevariam o nível dos reservatórios a 35% da capacidade ao final de abril. Caso esses mesmos 70% da média fossem mantidos no período seco, o nível dos reservatórios chegaria a 10% em novembro, um patamar ainda considerado aceitável para garantir o abastecimento nacional. Especialistas adotam tom mais cauteloso e afirmam que o volume de chuvas no período úmido precisará ficar em no mínimo 80% da média.
Como o nível de chuvas nos próximos quatro meses ainda é incerto, especialistas estimam que o risco de haver racionamento em 2015 oscila entre 10% e 20%. Entre duas e quatro vezes mais do que o risco de até 5% considerado aceitável pelo governo federal.
Térmicas
A diferença entre os números e a necessidade de recomposição dos reservatórios leva os especialistas a acreditarem que o ONS vai trabalhar com as térmicas acionadas durante grande parte do ano, tendo espaço para desligar as mais onerosas apenas em momentos favoráveis. O efeito dessa medida será percebido no custo da geração da energia e, consequentemente, nas tarifas de energia.
"A tendência é de que as condições hidrológicas não sejam tão diferentes daquelas de 2014. Será melhor, mas não muito melhor. E, ainda assim, chuvas na média não serão suficientes para a recomposição dos reservatórios", afirma o diretor executivo da Safira Energia, Mikio Kawai Júnior. "Precisaremos passar o ano com as térmicas ligadas. Assim, devemos passar 2015 sem racionamento, mas isso significa que apenas postergaremos as dúvidas para 2016."
Em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, no início deste mês, a diretora de Produtos e Conteúdo da Climatempo, Patrícia Madeira, afirmou que o volume de chuvas entre novembro de 2014 e abril de 2015 deve ficar dentro d a média histórica. O período seco pode começar com chuvas mais fortes, mas depois deve consolidar números semelhantes àqueles alcançados historicamente. (yahoo)

Nível do Cantareira sobe após 8 meses

Nível do Cantareira sobe 1ª vez em 8 meses
Fortes chuvas que atingiram SP ajudaram a registrar sua primeira.
Nível do Cantareira sobe pela 1ª vez em oito meses.
Não foram registradas chuvas no sistema nas últimas 24 horas e, no mês, a pluviometria acumulada é de 3,3 milímetros, ante média histórica para dezembro de 220,9 milímetros.
As fortes chuvas que atingem São Paulo esta semana ajudaram o Sistema Cantareira a registrar sua primeira alta desde 16 de abril, segundo dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Todos os outros mananciais do Estado também registraram avanços - alguns bastante significativos - no volume armazenado de água.
Responsável por atender 6,5 milhões de pessoas, o Cantareira opera com 7% da sua capacidade em 24/12/14, mostrando alta de 0,3% em relação ao nível de 6,7% registrado. O volume já leva em conta a segunda cota da reserva técnica, com 105 bilhões de litros. Segundo dados da Sabesp, a pluviometria acumulada neste mês é de 140 milímetros, ou 63,37% da média histórica de dezembro.
Desde que a segunda cota do volume morto entrou no cálculo da companhia, em 24/10 o sistema já reduziu metade da capacidade, tendo perdido 6,6%.
Outros mananciais
O Sistema Rio Claro liderou o avanço no volume armazenado entre ontem e hoje nos mananciais de São Paulo, ganhando 6,2 pontos porcentuais. O sistema opera hoje com 32% da capacidade, ante 25,8%.
Outros mananciais também tiveram altas expressivas no volume de água armazenado. O Sistema Guarapiranga, responsável por abastecer 4,9 milhões de pessoas, opera 38,3% da capacidade, 1,7% a mais do que ontem. Já o Alto Tietê, que abastece 4,5 milhões de habitantes, passou de 10,5% da capacidade para 11,1% em um dia.
O sistema Rio Grande teve alta de 3,3% e opera com 69% de sua capacidade. O Alto Cotia - o menor dos mananciais, que atende 410 mil pessoas - também registrou queda alta no volume de água, avançando de 30,2% para 31,5%. (yahoo)

sábado, 27 de dezembro de 2014

Nível de rios em SP melhora

Nível de rios em SP melhora, mas seca ainda preocupa
Apesar das chuvas, situação ainda está abaixo da média e demora para que rios atinjam vazões sustentáveis assusta.
Nível de rios em SP melhora, mas ainda está abaixo da média.
O nível dos rios que abastecem as regiões de Campinas e Piracicaba, no interior de São Paulo, subiu com as últimas chuvas, mas ainda está abaixo da média para o mês de dezembro. Como a volta das chuvas ocorre após um longo período de estiagem na região, a vazão dos rios oscila como ondas, conforme o volume das precipitações. O fenômeno é bem visível no Rio Piracicaba que, de uma vazão de 12,6 m3 por segundo em 19/12, subiu para 214 m3/s no sábado, após chuvas torrenciais ocorridas à noite.
Em 21/12/14 a vazão havia baixado para 80,88 m3/s e em 22/12 caiu ainda mais, para 51,23 m3/s no trecho que corta a área urbana, segundo a rede de telemetria do Consórcio das Bacias do Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ). Mesmo assim, o volume de água ainda era suficiente para cobrir as pedras que antes estavam à mostra e atrair turistas ao mirante do salto e à Avenida Beira Rio, o complexo turístico da cidade. A vazão média do Piracicaba este mês está em 38,2 m3/s, bem abaixo da média histórica para dezembro, de 129 m3/s.
Outros rios que abastecem cidades da região de Campinas ainda têm vazões inconstantes. Apesar das chuvas, o Rio Atibaia, que fornece água para quase 1 milhão de pessoas em Campinas, estava nesta segunda-feira com vazão de 5,21 m3 por segundo em Valinhos. Pelas novas regras da Agência Nacional de Águas (ANA) e Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE) que entram em vigor no início de janeiro, vazão abaixo de 5 metros nesse ponto significa estado de alerta e, abaixo de 4 m3/s, torna obrigatória a redução na captação em 20%.
Já os rios Camanducaia e Jaguari, que também têm a vazão regulada pelo Sistema Cantareira e abastecem a região, tinham nesta segunda-feira vazões mais confortáveis, segundo a rede de telemetria. Na foz em Limeira, o Jaguari estava com 9,16 m3/s, quase o dobro da vazão inicial do estado de alerta, de 5 m3/s. O Camanducaia tinha vazão de 7,19 m3/s, quando o valor considerado para a restrição na captação é abaixo de 1,5 m3/s.
A demora para que os rios atinjam vazões sustentáveis preocupam os associados do Consórcio PCJ. Estudos divulgados este mês mostram que os efeitos da estiagem de 2014 podem transpor a temporada de chuvas e causar reflexos no segundo semestre de 2015. De acordo com o estudo, os 5,5 milhões de habitantes das bacias PCJ possuem disponibilidade hídrica muito crítica, de apenas 408 mil litros por habitante a cada ano.
Para se ter uma ideia, no Oriente Médio, uma das regiões com maior escassez de água do mundo, a disponibilidade hídrica é de 450 mil litros por habitante/ano. Em termos de escassez de água, a região do PCJ só perde para a do Sistema Cantareira, que abastece 10 milhões de habitantes da Grande São Paulo e tem disponibilidade hídrica de apenas 250 mil litros de água por habitante/ano.
As chuvas elevaram também o nível do Rio Mogi-Guaçu, importante pela forte presença da piracema - a subida dos peixes para reprodução próximo das nascentes. Na Cachoeira das Emas, em Pirassununga, as águas voltaram a cobrir o paredão de uma usina e reativaram a escada de peixes que, durante a estiagem, estava seca. Os peixes que estiveram ausentes na Festa da Piracema, realizado no dia 7 de dezembro, estavam de volta neste final de semana para a alegria dos turistas. (yahoo)

Cantareira chega a abril com -33%

Sem chuva, Cantareira chegará a abril com -33%
 
 
Há 28 meses, os reservatórios têm recebido menos água do que o esperado
Estiagem severa em SP
Aguardadas neste verão como a salvação do colapso do Sistema Cantareira, as chuvas dentro da média não acontecem no maior manancial paulista desde julho de 2012. Há 28 meses, os reservatórios têm recebido menos água do que o esperado, segundo os registros oficiais das vazões afluentes, que é a água que corre pelo leito. Durante todo este ano, o volume que entrou equivale à metade das mínimas históricas em 84 anos de medição.
Simulações feitas pelo especialista em recursos hídricos José Roberto Kachel, a pedido do Estado, mostram que, se a crise de estiagem persistir, o Cantareira chegará ao final de abril de 2015 com -33% da capacidade. Isso significa que a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) já terá retirado 45 bilhões de litros da terceira cota do volume morto para abastecer cerca de 6,5 milhões de pessoas da Grande São Paulo que ainda dependem do manancial.
Hoje, o nível do sistema está negativo em 21%, considerando a segunda cota da reserva profunda. Pelo atual cenário, o Cantareira chegaria no próximo período de estiagem, que vai até setembro, em uma situação bem pior do que a de abril deste ano, quando as represas computavam 10% da capacidade positiva. Restariam cerca de 150 bilhões de litros para secar o manancial completamente.
O governo Geraldo Alckmin (PSDB), contudo, acredita que a entrada de água no sistema deve se normalizar neste verão. Em setembro, o secretário de Recursos Hídricos, Mauro Arce, que deixará o cargo em janeiro, disse que se chover o esperado o Cantareira estaria 100% recuperado em um ano. Segundo ele, a chance de isso acontecer é de 50%. As simulações mostram que se a vazão voltar mesmo à média histórica, o sistema chegará ao final de abril de 2015 com 22% da capacidade, melhor do que no mesmo período deste ano. Em outubro e novembro, porém, as entradas de água ficaram 80% abaixo da média. Neste mês, até a semana passada, a vazão correspondia a apenas 17% do esperado, uma diferença de 39,4 mil litros por segundo, ou 105 bilhões de litros no fim de dezembro.
Efeito esponja
O solo seco é o maior obstáculo hoje para a recuperação do Cantareira, segundo Kachel. “Boa parte da água que cai é absorvida pelo solo. É preciso chover o dobro da média histórica para recarregar o solo e fazer com que as vazões afluentes fiquem próximas da média”, afirma o professor e membro do Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê.
Março foi um exemplo. Dados da Sabesp mostram que choveu no manancial 193,3 milímetros naquele mês, 5% a mais do que a média histórica, de 184,1 milímetros. Boa parte do volume foi sugada pelo solo. Em termos de vazão, o resultado foi alarmante: 77% abaixo da média. De lá para cá, a pluviometria ficou abaixo do esperado. Segundo Kachel, para normalizar a situação seria necessário cair um “dilúvio”, como aconteceu em 1983, logo após o governo paulista concluir a construção das represas Jaguari-Jacareí, que respondem por 82% da capacidade do manancial. “A expectativa era de que demorasse três anos para a represa encher, sem retirar nada. Por causa do El Niño naquele ano, aconteceu esse dilúvio e a represa encheu em oito meses”, diz Kachel.
Para o professor de Hidrologia da Unicamp, Antonio Carlos Zuffo, no atual cenário de seca extrema, mais do que intensas, as chuvas precisam ser constantes. “Uma chuva não provoca a mesma quantidade em vazão. Com o solo encharcado o resultado é um, com o solo seco, outro. Na situação atual, elas precisam ser contínuas para encher os reservatórios.”
Déficit
As previsões mais pessimistas no plano de contingência do Cantareira entregue pela Sabesp aos órgãos reguladores esperavam a entrada de 76,6 bilhões de litros a mais do que realmente entrou nos dois últimos meses.
O “déficit” ocorre porque a empresa fez seu planejamento considerando como pior cenário as vazões de 1953, ano da última grande estiagem. O problema é que a entrada de água no sistema em 2014 tem sido 62% menor, o que coloca em xeque o planejamento da Sabesp.
Em nota, a companhia informou que “tem obrigação de planejar e considerar os mais diferentes cenários, a fim de avaliar a utilização dos seus reservatórios” e que uma redução ainda maior na retirada de água do Cantareira “compete aos órgãos reguladores ANA e DAEE”. (yahoo)

Cantareira fica estável, mas o nível não

Cantareira fica estável, mas cai o nível de quatro reservatórios
Principal reservatório opera com 6,7%; Guarapiranga, que atende 4,9 milhões de habitantes, foi o único a subir 0,2%.
Após chover sobre a região do Cantareira, o reservatório interrompeu uma sequência de oito dias de queda e se manteve estável em 20/12/14, de acordo com os dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Outros quatro mananciais, no entanto, sofreram baixa no volume armazenado de água.
Responsável por abastecer 6,5 milhões de pessoas, o Cantareira opera com os mesmos 6,7% do dia anterior. Nas últimas 24 horas, foram registrados 14,8 milímetros de chuvas, o que fez a pluviometria acumulada do mês subir para 57,1 milímetros. A menos de duas semanas para o final do ano, contudo, esse número corresponde apenas a cerca de 26% da média histórica de dezembro, de 220,9 milímetros.
Desde que os 105 bilhões de litros da segunda cota do volume morto foram acrescentados no cálculo da Sabesp, em 24/10 o nível do reservatório já baixou 6,9% - volume superior ao que está atualmente disponível.
Outros mananciais
Apesar de ter registrado pluviometria 8,9 milímetros no último dia, o Alto Tietê voltou a cair 0,1% pela terceira vez seguida e está com 10,3% da sua capacidade. O número já leva em conta os 39,4 bilhões de litros do volume morto, acrescentados em 14/12/14 ao reservatório que atende 4,5 milhões de habitantes.
O nível dos sistemas Alto Cotia, Rio Grande e Rio Claro também caiu. Os dois primeiros perderam 0,2%, enquanto o último baixou 0,4. Os reservatórios, que juntos abastecem 3,1 milhões de pessoas, operam com 30%, 64,7% e 26,8%, respectivamente.
O Guarapiranga, responsável por atender 4,9 milhões de habitantes, foi o único a registrar alta. Hoje, o manancial está com 35,7%, ante 35,5% do dia anterior. Na região, a pluviometria do dia foi de 27,8 milímetros. (OESP)

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Crescimento de mercado de imóveis sustentáveis

O crescimento de mercado de imóveis sustentáveis no Brasil
Segundo dados do IBGE e do IBAMA, 90% de nossas cidades estão com graves problemas ambientais de difíceis resoluções por falta, principalmente, de instrução e de educação de grande parte da população. Por conta disso, hoje se ouve muito falar de “desenvolvimento sustentável”, mas como aplicar isso, na prática? O termo foi criado em 1987 pelo Brundtland Report e é definido como “aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer gerações futuras”.
Tradicionalmente a construção civil sempre foi um setor encarado como um dos maiores vilões do meio ambiente, porém, nos últimos anos, este cenário tem mudado e tem como ponto de largada as nações mais desenvolvidas economicamente.
Hoje, a construção de imóveis sustentáveis chegou ao Brasil e vem tomando conta do cenário das grandes cidades brasileiras. Enfraquecida pela crise econômica mundial no ano passado, ocorreu uma grande redução nas vendas de imóveis sustentáveis, uma vez que construtoras e incorporadoras diminuíram novos empreendimentos, inclusive encontrando alguma dificuldade para completar os empreendimentos que já haviam sido iniciados.
Porém, o Governo Federal interveio e liberou uma boa verba para os que bancos federais pudessem recuperar a ausência dos financiamentos oferecidos anteriormente pelos bancos privados e, com isso, as chances de finalização de vendas de imóveis sustentáveis voltaram, inclusive incentivando novas ferramentas como o Agente Imóvel que possui um sistema de busca específico para Imóveis em São Paulo sustentáveis.
Hamilton de França Leite Junior, diretor de Sustentabilidade do Secovi/SP, afirma que “quem construir empreendimentos sustentáveis sai na frente”. Segundo ele, a tendência é que cada vez mais jovens passem a exigir que os imóveis tenham uma estrutura de preservação ambiental no futuro. Com isso, as empresas que estão dispostas a apostar no mercado em longo prazo e a adquirir experiência, visando uma melhor posição competitiva daqui a alguns anos, devem começar a investir nesses imóveis desde já.
Em São Paulo o apelo pela construção deste tipo de imóvel não é diferente e pode garantir uma utilização racional e adequada dos recursos hídricos, além de proporcionar à cidade uma maior eficiência no aproveitamento de seus recursos naturais e economia de energia. Pensando nisso, algumas construtoras já iniciaram empreendimentos que estão sendo lançados por toda a cidade e esses prédios aparecem como uma alternativa para o público que se preocupa com o meio ambiente, além de uma boa qualidade de vida.
Um imóvel sustentável pode custar de 3% a 8% mais caro do que um edifício convencional, porém, segundo França Leite, o retorno deste investimento ao longo de 20 anos será até 10 vezes maior que o investimento adicional gasto na compra do imóvel, tornando assim uma motivação para o comprador optar por este tipo de empreendimento. Outra vantagem é que condomínios e apartamentos sustentáveis, além do óbvio apelo ecológico, são um atrativo considerável graças a grande economia de recursos financeiros proporcionada a seus moradores, como por exemplo, a diminuição nas contas de água e energia.
E pode não parecer, mas o Brasil já é o 4° país no ranking mundial pela procura do selo LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), uma certificação voltada para as construções sustentáveis. Nosso país perde apenas para os Estados Unidos, a China e os Emirados Árabes. (ecodebate)

Paradoxos e desafios do desenvolvimento sustentável

A economia da mudança climática na América Latina e no Caribe: paradoxos e desafios do desenvolvimento sustentável
As alterações climáticas constituem um dos maiores desafios do século XXI. Essas alterações têm causas e consequências, mas seus impactos são assimétricos entre regiões, países, setores e grupos socioeconômicos, sendo que os mais prejudicados são aqueles que menos contribuíram para o aquecimento mundial.
Nesse contexto, os países da América Latina e do Caribe contribuem em menor medida para a mudança climática, dados os baixos níveis de emissões de gases de efeito estufa da região, mas particularmente vulnerável ​​a seus malefícios.
O forte crescimento das economias da América Latina e do Caribe nos últimos anos levou a uma melhoria das condições econômicas e sociais na região. No entanto, este crescimento também teve efeitos negativos, como a poluição do ar nas áreas urbanas e uma grave deterioração de vários recursos naturais, incluindo recursos não renováveis​​, recursos hídricos e florestais.
Por conseguinte, América Latina e Caribe devem, nos próximos anos, deve fazer a transição para uma forma mais sustentável de desenvolvimento que deverá preservar seus ativos econômicos, naturais e sociais, deixando para as gerações futuras um legado mais igualitário, socialmente inclusivo e econômica e ambientalmente sustentável.
Saiba mais sobre a economia das mudanças climáticas na publicação da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal), das Nações Unidas: ‘La economía del cambio climático en América Latina y el Caribe: paradojas y desafíos del desarrollo sostenible’ (A economia da mudança climática na América Latina e no Caribe: paradoxos e desafios do desenvolvimento sustentável). (sebrae)

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

População mundial

Densidade populacional por país.
População mundial é o número total de pessoas que existem no planeta.
O número total da população do planeta atingiu 7 bilhões de pessoas em 31/10/2011. De acordo com projeções populacionais, este valor continua a crescer a um ritmo sem precedentes antes do século 20. Entretanto, a taxa de crescimento vem caindo desde que os índices de crescimento atingiram seu auge em 1963. A população está em explosão demográfica desde a Revolução Industrial que começou na Inglaterra em meados do século XIII.
Em 2002, a "Population Reference Bureau" (organização sem fins lucrativos especializada em estudos demográficos) publicou uma estimativa onde afirma que mais de 106 bilhões de pessoas já viveram na Terra. A estimativa foi classificada pelo próprio autor como semi-científica, dada a falta de dados demográficos para 99% do período desde o qual a espécie humana existe no planeta. Previsões de Cientistas americanos dizem que o mundo terá 11 bilhões de pessoas em 2090.
Mapa da densidade populacional no mundo em 1994; observe a alta concentração ao longo dos rios Gange, Yangtzé e Amarelo, na Europa Ocidental, na ilha de Java e na megalópole Bos-wash.
A Ásia abriga mais de 60% da população mundial, com quase quatro bilhões. A China e a Índia sozinhas têm 21% e 17% respectivamente. Essa marca é seguida por África com 840 milhões de pessoas, 12,7% da população mundial. Os 710 milhões de pessoas da Europa correspondem a 10,8% da população mundial. A América do Norte tem uma população de 514 milhões (8%), a América do Sul, 371 milhões (5,6%) e a Oceania em torno de 60 milhões (0,9%).
Demografia da juventude
De acordo com o CIA World Factbook, 27.4% da população mundial está abaixo dos 15 anos de idade.Segundo algumas estimativas, há hoje um bilhão de jovens no mundo entre as idades de 15 e 24 anos.
A década de 1990 foi responsável pelo maior número de nascimentos, especialmente após 1995, apesar do fato de a taxa de nascimentos não estar tão alta quanto na década de 1960.

População por região mostrando sua percentagem na população mundial (1750-2005)
A seguir são mostradas estimativas de quando a marca de cada mil milhões (bilhão) de pessoas foi atingida:
Crescimento da população mundial
População – Ano – Tempo para o próximo bilhão (anos)
1 bilhão – 1802 - 126
2 bilhões – 1928 - 33
3 bilhões – 1961 - 13
4 bilhões – 1974 - 13
5 bilhões – 1987 - 12
6 bilhões – 1999 - 12
7 bilhões – 2011 - 15
8 bilhões* - 2026 - 24
9 bilhões* - 2050 - 20
10 bilhões* - 2070 - 26
11 bilhões* - 2096 - não calculado
(*) estimativa
Estimativa da população mundial: Cerca de 7279 milhões de pessoas (7.279 bilhões). (wikipedia)

Geodemografia e a população no leste da Ásia

A geodemografia e a concentração da população mundial no leste da Ásia
A população mundial em 2010 era de 6,916 bilhões de habitantes, sendo de 36 milhões na Oceania, 740 milhões na Europa, 940 milhões nas Américas, 1 bilhão na África e 4,2 bilhões na Ásia, segundo a Divisão de População da ONU.
Para Livi-Bacci (2014), a distribuição geodemográfica da população mundial flutuou acentuadamente na história. Porém, um pequeno círculo da Ásia concentra mais da metade da população mundial.
Nove países dominam este círculo, sendo China (1,360 bilhão de habitantes), Índia (1,205 bilhão), Indonésia (240 milhões), Paquistão (173 milhões), Bangladesh (151 milhões), Japão (127 milhões), Filipinas (93 milhões), Vietnã (89 milhões) e Tailândia (66 milhões). Estes nove países tinham uma população de 3,504 bilhões de habitantes em 2010.
O crescimento populacional desta região tem raízes históricas distantes. Mas, atualmente, estes nove países apresentam baixo crescimento populacional, sendo que o Japão já tem uma população em declínio. A China vai entrar em uma fase de decrescimento demográfico por volta de 2030 e deve perder, no mínimo, 400 milhões de habitantes até 2100.
A Tailândia e o Vietnã devem entrar na fase de declínio populacional em 2024 e 2044, respectivamente. A Índia vai continuar crescendo em ritmo lento até o ano de 2064, quando entrará para o clube dos países decrescentistas.
Indonésia, Bangladesh e Paquistão também vão apresentar declínio da população na segunda metade do século XXI. Somente as Filipinas deve manter o crescimento demográfico até 2100, mas em ritmo cada vez mais lento.
Ou seja, atualmente a maior parte da população mundial vive dentro de um círculo que tem como destaque nove países com alta densidade demográfica. Mas ao longo do século XXI o crescimento populacional vai ocorrer com maior intensidade fora deste círculo, especialmente na África subsaariana. A Ásia vai continuar sendo o continente mais populoso do mundo, mas deve perder posição relativa no total de habitantes do globo. (ecodebate)

domingo, 21 de dezembro de 2014

Como famílias com insegurança alimentar enfrentam a fome

Pesquisa inédita mostra como famílias com insegurança alimentar enfrentam a fome
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou em 18/12/14, pela primeira vez, uma pesquisa sobre as estratégias que as famílias brasileiras em situação de insegurança alimentar usaram para enfrentar o problema. Os dados estão no suplemento de Segurança Alimentar da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2013 e mostram que a maioria dos entrevistados comprou fiado para enfrentar a falta de comida em casa no ano passado.
Cerca de 43% dos domicílios brasileiros pagou depois pelo alimento consumido para não passar fome, enquanto 27,8% pediram alimentos emprestados a parentes, vizinhos ou amigos. Aproximadamente 7,2% desse grupo disseram que deixou de comprar supérfluos e 5% pediram dinheiro emprestado. A carne foi cortada da dieta de 3,5% desse público para que não faltasse comida na mesa. Os que receberam alimentos da comunidade, vizinhos, parentes e amigos representavam 3,3%, e 2,8% prestaram pequenos serviços a parentes e amigos em troca de alimentos. Os dados revelam ainda que 7,1% tomaram outras atitudes.
Em uma análise regional, a pesquisa mostra que comprar fiado foi a principal opção das famílias em situação de risco no Nordeste (53,8%), no Norte (50,2%) e no Centro-Oeste (37,3%). Pedir alimentos emprestados a parentes, vizinhos e/ou amigos foi a principal estratégia usada por esse público no Sul (34,2%) e Sudeste (33,5%).
Para o IBGE, os domicílios com insegurança alimentar leve são aqueles em que foi detectada alguma preocupação com a quantidade e qualidade dos alimentos disponíveis. Naqueles com insegurança alimentar moderada, os moradores conviveram com a restrição de alimento em termos quantitativos. Já nos domicílios com insegurança alimentar grave, os membros da família passaram por privação de alimentos, cujo grau mais extremo é a fome.
Quanto à ocupação do público-alvo da pesquisa, os dados revelam que, em 2013, 54,7% dos 14,3 milhões de moradores em situação de insegurança alimentar moderada ou grave, com 10 anos de idade ou mais, estavam ocupados. Entre os ocupados, 31,5% estavam em atividades agrícolas.
Em relação à posse de bens, 98,3% dos domicílios em segurança alimentar tinham geladeira, enquanto nos lares com insegurança grave esse percentual era 85,8%. A pesquisa identificou que, quanto mais intensa a situação de insegurança, menor a proporção de domicílios com refrigeradores.
Na comparação com a última edição do Suplemento de Segurança Alimentar, de 2009, aumentou a proporção dos lares com eletrodomésticos como máquina de lavar, computador e telefone – mesmo entre os domicílios em insegurança alimentar grave. Cerca de 10% dos domicílios com pessoas em situação grave de insegurança alimentar tinham microcomputador com acesso à internet.
Os dados da pesquisa mostram que quanto mais intensa a situação de insegurança menor a proporção de domicílios atendidos por serviços de saneamento básico: 34,4% dos domicílios de pessoas em situação de insegurança alimentar grave eram atendidos por rede de coleta de esgoto; 73,6%, por rede geral de abastecimento de água e 75,2%, por coleta de lixo.
Além disso, 78,9% dos domicílios com insegurança alimentar tinham rendimento per capita até um salário mínimo (excluindo os sem rendimento) e 2,2%, mais de dois salários mínimos. Por outro lado, 53,5% dos domicílios com segurança alimentar têm rendimento per capita acima de um salário mínimo e 23,9% mais de dois salários mínimos.
Conviviam com insegurança grave 4,8% da população até 4 anos de idade e 4,9% da população de 5 anos a 17 anos. Na população de 65 anos ou mais de idade, 2,4% convivem com insegurança alimentar.
Os domicílios cuja pessoa de referência era negra ou parda registraram prevalências de insegurança alimentar maiores do que as dos domicílios com pessoa de referência da cor branca. Entre os domicílios com pessoa de referência preta ou parda, 29,8% estavam em situação de insegurança alimentar, enquanto para os brancos a prevalência foi 14,4%. Dos 93,2 milhões de moradores brancos, 17,2% conviviam com a insegurança alimentar. Para os 106,6 milhões de moradores negros, este percentual subiu para 33,4%.
Os indicadores apontam ainda que, dos 55,5 milhões de moradores com menos de 18 anos, 79,8% frequentavam escola ou creche. Entre os 6,2 milhões que viviam em domicílios com insegurança alimentar moderada ou grave, esse percentual era 75,7%. (agenciabrasil)

Insegurança alimentar cai, mas ainda atinge 52 milhões

Insegurança alimentar cai no Brasil, mas ainda atinge 52 milhões, mostra IBGE
O número de domicílios em situação de insegurança alimentar no Brasil continua caindo, mas ainda existem cerca de 52 milhões de brasileiros sem acesso diário à comida de qualidade e na quantidade satisfatória. Segundo o suplemento de Segurança Alimentar da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2013, divulgado hoje (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dos 65,3 milhões de domicílios registrados, 22,6% estavam em situação de insegurança alimentar. Esse percentual era 29,5% em 2009 e 34,8% em 2004, anos anteriores da pesquisa. 
Dos 14,7 milhões de domicílios com algum tipo de insegurança (22,6%), em 9,6 milhões (14,8%) moravam 34,5 milhões de pessoas (17,1%) da população residente em domicílios particulares em situação de segurança alimentar leve. Nesses lares havia a preocupação quanto ao acesso aos alimentos no futuro. Os domicílios com moradores vivendo em situação de insegurança alimentar moderada representavam 4,6% do total. Ao todo 10,3 milhões de pessoas nessa situação ou 5,1% conviviam com limitação de acesso quantitativo aos alimentos. A prevalência de domicílios com pessoas em situação de insegurança alimentar grave era 3,2%. Em números absolutos, 7,2 milhões de pessoas ou 3,6% dos moradores de domicílios particulares reportaram alguma experiência de fome no período investigado. Em 2009, esse percentual era 5% e em 2004, 6,9%.
Para o IBGE, os domicílios com insegurança alimentar leve são aqueles em que foi detectada alguma preocupação com a quantidade e qualidade dos alimentos disponíveis. Naqueles com insegurança alimentar moderada, os moradores conviveram com a restrição de alimento em termos quantitativos. Já nos domicílios com insegurança alimentar grave, os membros da família passaram por privação de alimentos, cujo grau mais extremo é a fome.
O estudo mostra também que a prevalência dos três níveis de insegurança alimentar caíram entre 2009 e 2013. O número de famílias em situação de segurança alimentar aumentou cerca de oito pontos percentuais em quatro anos ao alcançar 77,4% dos domicílios em 2013. Aproximadamente 150 milhões de pessoas tinham acesso regular e permanente a alimentos de qualidade em quantidade suficiente, segundo o estudo. 
De acordo com a pesquisa, a área rural concentrava o maior número de domicílios com indivíduos em situação de insegurança alimentar: 35,3% (13,9% moderada ou grave). Na área urbana, esse percentual era 20,5% (6,8% moderada ou grave). Em 2009, o índice foi 43,7% e 29,3%, respectivamente. Nos domicílios particulares urbanos em situação de insegurança alimentar moderada ou grave viviam 7,4% da população urbana, enquanto nos domicílios rurais moravam 15,8% da população. 
Em relação às regiões do território nacional, o Norte e o Nordeste tinham o maior número de domicílios com pessoas em situação de insegurança alimentar (36,1% e 38,1%, respectivamente) no ano passado. Nas demais regiões esse percentual não chegou a 20%. O Sudeste apresentou o menor índice, 14,5%. Norte e Nordeste também concentravam os maiores percentuais de domicílios com pessoas em situação de insegurança alimentar grave (6,7% e 5,6%). No Sul e Sudeste, a prevalência ficou em 1,9% e 2,3%. Por outro lado, entre 2004 e 2013, o incremento mais expressivo do percentual de domicílios com pessoas comendo bem foi identificado no Nordeste (15,5 pontos percentual), com aumento de 46,4% para 61,9%.
O Espírito Santo foi o estado com o maior índice de segurança alimentar (89,65%), seguido de Santa Catarina (88,9%) e São Paulo (88,4%). As unidades da Federação com as menores prevalências foram: Maranhão (39,1%) e Piauí (39,1%), onde menos da metade dos domicílios particulares tinha alimentação assegurada, apesar do aumento de 3,6 e 3,3 pontos percentuais. No Nordeste, todos os estados apresentaram taxas inferiores à média nacional (77,4%). Na Região Norte, apenas Rondônia registrou prevalência de segurança alimentar acima da média nacional, 78,4%. (agenciabrasil)

Insegurança alimentar nos domicílios cai entre 2009 e 2013

PNAD 2013: insegurança alimentar nos domicílios cai de 30,2% em 2009 para 22,6% em 2013
O percentual de domicílios particulares brasileiros que se encontravam em algum grau de insegurança alimentar caiu de 30,2% em 2009 para 22,6% em 2013. No ano passado, 52,0 milhões de pessoas residentes em 14,7 milhões de domicílios apresentavam alguma restrição alimentar ou, pelo menos, alguma preocupação com a possibilidade de ocorrer restrição, devido à falta de recursos para adquirir alimentos. Entre 2009 e 2013, houve queda de 3,2 milhões de domicílios (ou 14,2 milhões de moradores) em situação de insegurança alimentar.
A insegurança alimentar grave apresentou reduções importantes em relação aos levantamentos anteriores. Esse indicador caiu de 6,9% em 2004 para 5,0% em 2009 e, em 2013, atingiu seu patamar mais baixo: 3,2%. São domicílios onde, além dos membros adultos, as crianças, quando havia, também passavam pela privação de alimentos.
Dos 65,3 milhões de domicílios particulares no Brasil, 77,4% estavam em situação de segurança alimentar em 2013. Eram 50,5 milhões de residências com 149,4 milhões de pessoas, o equivalente a 74,2% dos moradores em domicílios particulares do país. Isso significa um aumento de 9,1 milhões de domicílios (ou 21,7 milhões de moradores) em situação de segurança alimentar em quatro anos.
A insegurança alimentar era maior nas regiões Norte e Nordeste, atingindo, respectivamente, 36,1% e 38,1% dos domicílios, bem como na área rural (35,3%). Além disso, a insegurança alimentar era maior em domicílios onde residiam menores de 18 anos (28,8%), entre os pretos e pardos (33,4%) e para aqueles com um a três anos de estudo (13,7% com insegurança alimentar moderada ou grave).
Essas são algumas das informações do levantamento suplementar da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2013 sobre segurança alimentar. Ele foi realizado pelo IBGE em convênio com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), assim como ocorreu nas edições de 2004 e 2009. A publicação completa referente a 2013 e os dados reponderados de 2004 e 2009 podem ser acessados na páginawww.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/seguranca_alimentar_2013/.
A pesquisa utiliza a classificação da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA), considerando o período de referência dos três últimos meses anteriores à data da entrevista. São domicílios em condição de segurança alimentar aqueles onde os moradores tiveram acesso aos alimentos em quantidade e qualidade adequadas e sequer se sentiam na iminência de sofrer qualquer restrição no futuro próximo. Os domicílios com insegurança alimentar leve são aqueles nos quais foi detectada alguma preocupação com a quantidade e qualidade dos alimentos disponíveis. Nos domicílios com insegurança alimentar moderada, os moradores conviveram com a restrição quantitativa de alimento. Por fim, nos domicílios com insegurança alimentar grave, além dos membros adultos, as crianças, quando havia, também passavam pela privação de alimentos, podendo chegar à sua expressão mais grave, a fome.
Em 2013, a pesquisa registrou 65,3 milhões de domicílios particulares no Brasil. Destes, 50,5 milhões (77,4%) estavam em situação de segurança alimentar. Nestes domicílios moravam 149,4 milhões de pessoas, o equivalente a 74,2% dos moradores em domicílios particulares do país. Os 14,7 milhões de domicílios particulares restantes (22,6%) se encontravam em algum grau de insegurança alimentar. Neles viviam cerca de 52,0 milhões de pessoas (25,8%).
A prevalência de domicílios com pessoas em situação de insegurança alimentar leve foi estimada em 14,8%, ou 9,6 milhões de domicílios, onde viviam 34,5 milhões de pessoas (17,1% da população residente em domicílios particulares). A proporção de domicílios particulares com moradores vivendo em situação de insegurança alimentar moderada foi 4,6% (equivalente a 3,0 milhões), onde moravam 10,3 milhões de pessoas (5,1% dos moradores). Do total de domicílios, 3,2% (2,1 milhões) foram classificados como sofrendo insegurança alimentar grave. Esta situação atingia 7,2 milhões de pessoas (3,6%).
Em relação aos anos anteriores da investigação (2004 e 2009), a prevalência de domicílios em situação de segurança alimentar aumentou (65,1%, em 2004 e 69,8%, em 2009). Em 2004, o percentual de domicílios particulares em insegurança alimentar leve, moderada e grave eram, respectivamente, 18,0%, 9,9% e 6,9%. Em 2009, as prevalências eram 18,7%, 6,5% e 5,0%. De 2004 para 2009, houve crescimento do percentual de insegurança leve e redução dos percentuais de insegurança alimentar moderada e grave. No entanto, de 2009 para 2013, a prevalência de insegurança alimentar reduziu nos três níveis. Nesse período, houve queda de 3,2 milhões de domicílios (ou 14,2 milhões de moradores) em situação de insegurança alimentar e aumento de 9,1 milhões de domicílios (ou 21,7 milhões de moradores) em situação de segurança alimentar.
Insegurança alimentar moderada ou grave é maior na área rural (13,9%)
As prevalências de insegurança alimentar na área rural eram maiores que as verificadas nas áreas urbanas. Em 2013, enquanto 20,5% dos domicílios da área urbana tinham moradores em situação de insegurança alimentar (6,8% moderada ou grave), na área rural, a proporção foi 35,3% (13,9% moderada ou grave). Nos domicílios particulares urbanos em insegurança alimentar moderada ou grave viviam 7,4% da população urbana, enquanto nos rurais viviam 15,8% da população rural.
Enquanto na área rural, em relação a 2009, houve queda na proporção de domicílios em situação de insegurança alimentar moderada ou grave (15,6%, em 2009, para 13,9%, em 2013), para os domicílios em situação de insegurança alimentar leve houve aumento na proporção (19,5% para 21,4%). Deste modo, a prevalência de segurança alimentar não registrou variação significativa (64,8% para 64,7%) entre esses anos. Entretanto, na área urbana, a proporção de domicílios em segurança alimentar aumentou, passando de 70,7%, em 2009, para 79,5%, em 2013. A prevalência de domicílios em insegurança alimentar moderada ou grave na área urbana, em 2013, era 6,8% (10,8% em 2009).
As cinco grandes regiões apresentaram prevalências de domicílios em situação de insegurança alimentar de forma diferenciada. As regiões Norte e Nordeste apresentaram as maiores proporções (36,1% e 38,1%, respectivamente). Nas demais regiões, o percentual de domicílios em situação de insegurança alimentar ficou abaixo dos 20%: 14,5% na Sudeste; 14,9% na Sul; e 18,2% na Centro-Oeste. Considerando a insegurança alimentar grave, o panorama de desigualdade regional permanece. Nas regiões Norte e Nordeste, as proporções de domicílios onde algum morador passou pela experiência de fome foram 6,7% e 5,6%, respectivamente. Nas regiões Sudeste e Sul, a prevalência ficou em 1,9% e, na Centro-Oeste, 2,3%.
Em relação a 2004 e 2009, houve aumento do percentual de domicílios que não tinham qualquer preocupação com restrição quantitativa na alimentação em todas as regiões. Contudo, no período de 2004 a 2013, a região Nordeste foi a que registrou o aumento mais expressivo (15,5 pontos percentuais) de domicílios em situação de segurança alimentar, pois em 2004 menos da metade (46,4%) dos domicílios estavam nesta condição e, em 2013, essa proporção passou a 61,9%, embora ainda seja a menor prevalência de segurança alimentar entre as regiões. Embora apenas 26,2% dos domicílios particulares do país estejam situados nesta região, ela concentra 44,2% dos domicílios em situação de insegurança alimentar.
Após ter apresentado um pequeno aumento da prevalência de segurança alimentar de 2004 para 2009 (de 68,8% para 69,8%), a região Centro-Oeste registrou, deste último ano para 2013, um aumento de 12,1 pontos percentuais, atingindo 81,8% dos domicílios. O aumento da proporção de domicílios com segurança alimentar observada no Centro-Oeste se deu praticamente apenas na área urbana, onde a proporção passou de 68,4% para 82,2%.
Em todas as grandes regiões, em 2013, a proporção de domicílios com moradores em situação de segurança alimentar era maior na área urbana que na rural, diferente do observado em 2009, quando nas regiões Sul e Centro-Oeste a prevalência de segurança alimentar era maior na área rural. A região Norte apresentou o maior percentual de domicílios em situação de insegurança alimentar moderada ou grave na área urbana (13,1%) e a Nordeste na área rural (20,1%).
Considerando as unidades da Federação, em 2013, o Espírito Santo apresentou a maior prevalência de segurança alimentar (89,6%), seguido por Santa Catarina (88,9%) e São Paulo (88,4%). As unidades da Federação com as menores prevalências foram Maranhão (39,1%) e Piauí (44,4%), que sequer chegavam à metade dos domicílios particulares com alimentação assegurada. Em relação a 2009, esses estados registraram aumentos de 3,8 e 3,0 pontos percentuais, respectivamente.
No Nordeste, todos os estados apresentaram taxas de prevalência de segurança alimentar inferiores à média nacional (77,4%). Na região Norte, apenas Rondônia registrou prevalência de segurança alimentar (78,4%) acima da média nacional.
Comprar fiado foi a principal atitude adotada pelas famílias com falta de alimento
Pela primeira vez, a PNAD investigou qual a estratégia utilizada pelas famílias em situação de insegurança alimentar. Comprar fiado foi a principal atitude adotada (43,3%), seguida por pedir alimentos emprestados a parentes, vizinhos e/ou amigos (27,8%); deixar de comprar alimentos supérfluos (7,2%); pedir dinheiro emprestado (5,0%); comer menos carnes (3,5%); receber alimentos da comunidade, vizinhos, parentes e amigos (3,3%), prestar pequenos serviços a parentes e amigos em troca de alimentos (2,8%) ou outras atitudes (7,1%). Nas grandes regiões, comprar fiado foi a principal atitude no Nordeste (53,8%), Norte (50,2%) e Centro-Oeste (37,3%). Pedir alimentos emprestados a parentes, vizinhos e/ou amigos foi a principal atitude no Sul (34,2%) e Sudeste (33,5%).
Proporção de posse de bens duráveis é menor em domicílios com insegurança alimentar
Em relação à posse de bens, 98,3% dos domicílios em segurança alimentar possuíam geladeira, ao passo que, entre os com insegurança grave, 85,8% possuíam este bem. Estas diferenças ocorreram para todos os bens investigados e, quanto mais intensa a situação de insegurança, menor era a proporção de domicílios que possuíam o bem em questão, para a maioria dos bens. As maiores diferenças entre a proporção de domicílios em situação de segurança alimentar e a de insegurança alimentar grave, de acordo com a posse de bens, ocorreram para a máquina de lavar roupa (64,5% contra 21,8%), o microcomputador (54,8% contra 13,8%) e o microcomputador com acesso à internet (48,2% contra 10,0%).
Em relação a 2009, os indicadores mostraram, tanto para domicílios em situação de segurança alimentar quanto em insegurança alimentar, aumento na proporção daqueles com posse dos bens investigados pela pesquisa, mesmo entre os domicílios em insegurança alimentar grave. Em 2009, 6,0% deles possuíam computador, em 2013, 13,8%. Ainda entre os domicílios em insegurança alimentar grave, em 2013, 10,0% possuíam microcomputador com acesso à Internet, contra 3,3% em 2009.
Em 2013, o comportamento em relação à posse de bens foi diferente para os domicílios que não possuíam telefone fixo, mas tinham telefone celular e para aqueles com posse de motocicleta. Entre os domicílios em segurança alimentar, 50,2% possuíam apenas telefone celular, para aqueles em insegurança alimentar leve, o percentual aumentava para 66,9%, para aqueles com insegurança alimentar moderada, aumentava ainda mais para 69,2%, e voltando a reduzir entre os domicílios com insegurança alimentar grave (64,0%). Considerando os domicílios onde existiam motocicleta, foi entre aqueles com insegurança alimentar leve que se observou a maior proporção (23,7%).
Domicílios com insegurança alimentar são menos atendidos por serviços e têm mais moradores
Em relação aos serviços pesquisados, quanto mais intensa a situação de insegurança, menor era a proporção de domicílios atendidos. Os domicílios em insegurança alimentar leve eram menos atendidos pela rede coletora de esgotamento sanitário (44,2%) do que aqueles em segurança alimentar (63,2%). A proporção de domicílios em insegurança alimentar grave atendidos por este serviço era ainda menor (34,4%). Entre os domicílios com segurança alimentar, 92,0% tinham lixo coletado diretamente; 87,2% contavam com a rede geral de abastecimento de água e 98,8% tinham banheiro. Para aqueles em insegurança alimentar grave, os percentuais foram 75,2%; 73,6% e 87,5%, respectivamente.
A proporção de domicílios com mais moradores era maior entre aqueles com insegurança alimentar. Enquanto apenas 1,7% dos domicílios em situação de segurança alimentar tinham sete ou mais moradores, para aqueles em insegurança alimentar moderada ou grave, o percentual era de 7,4%. Nos domicílios onde existia pelo menos um morador de menos de 18 anos de idade em segurança alimentar, 3,6% tinham sete moradores ou mais e para aqueles em insegurança alimentar, 13,7%.
78,9% dos domicílios em insegurança alimentar moderada ou grave tem rendimento per capita de até um salário mínimo
A distribuição dos domicílios em segurança alimentar por classes de rendimento domiciliar per capita mostra que há uma ligeira concentração deles nas classes mais elevadas: 53,5% dos domicílios nestas condições estavam na classe de rendimento mensal domiciliar per capita acima de um salário mínimo, sendo 23,9% na classe de mais de dois salários mínimos. Por outro lado, 78,9% dos domicílios em insegurança alimentar pertenciam à classe de rendimento per capita de até um salário mínimo (excluindo os sem rendimento) e 2,2% à de mais de dois salários mínimos.
Na área urbana, 56,4% dos domicílios em segurança alimentar possuíam rendimento médio mensal domiciliar per capita superior a um salário mínimo, enquanto 15,7% dos domicílios em insegurança alimentar moderada ou grave possuíam este rendimento. A maior concentração destes domicílios estava na classe de mais de meio a um salário mínimo (30,7%).
Na área rural, enquanto 32,7% dos domicílios em segurança alimentar tinham rendimento médio mensal domiciliar per capita superior a um salário mínimo, nos domicílios em insegurança alimentar moderada ou grave o percentual era de 7,2%. Na área rural, 35,9% dos domicílios em insegurança alimentar moderada ou grave tinham rendimento de até 1/4 do salário mínimo e 28,9% tinham de mais de 1/4 a meio salário mínimo.
Domicílios com menores de 18 anos tem maior insegurança alimentar
Os domicílios particulares com pelo menos um morador de menos de 18 anos de idade registraram prevalências de insegurança alimentar acima da verificada em domicílios onde só viviam adultos. Foram classificados em situação de segurança alimentar 83,4% dos domicílios sem moradores menores de 18 anos, enquanto a presença de algum morador abaixo desta idade reduzia a prevalência para 71,2%. Este comportamento dos dados se repetiu em todas as grandes regiões, sendo na Nordeste onde se verificou a maior diferença (70,7% contra 54,7%) e na Sul a menor (88,3% contra 81,3%).
Entre 2009 e 2013, a prevalência de segurança alimentar aumentou para todas as grandes regiões, contudo aconteceu com mais intensidade nos domicílios onde existia a presença de moradores com menos de 18 anos, especialmente no Sudeste (10,5 pontos percentuais) e Centro-Oeste (13,4 pontos percentuais).
No Brasil, em 2013, conviviam com insegurança grave 4,8% da população de zero a quatro anos de idade e 4,9% da população de cinco a 17 anos de idade. Na população de 65 anos ou mais de idade esta proporção foi 2,4%. No período de 2009 a 2013, o aumento da prevalência de segurança alimentar ocorreu com mais intensidade para os moradores de grupos etários mais jovens. Em 2009, 56,6% das crianças de zero a quatro anos de idade viviam em domicílios em que não havia sido reportada qualquer preocupação com uma possível falta de alimentos por não haver dinheiro suficiente para comprá-los. Em 2013, este percentual aumentou para 65,8%. No grupo de cinco a 17 anos, a prevalência de segurança alimentar aumentou de 57,9% em 2009 para 66,8% em 2013, enquanto que para o grupo de 65 anos ou mais de idade subiu de 76,2% em 2009 para 82,4% em 2013.
Insegurança alimentar é maior em domicílios chefiados por mulheres e por pretos ou pardos
A prevalência de insegurança alimentar moderada ou grave era maior nos domicílios cuja pessoa de referência eram mulheres, tanto em domicílios particulares (9,3%) quanto em domicílios particulares com pelo menos um morador de menos de 18 anos de idade (10,7%). Para domicílios onde a pessoa de referência era um homem os percentuais foram 6,9% e 7,2%, respectivamente.
Regionalmente, a proporção de domicílios em que os moradores passavam por algum tipo de restrição aos alimentos, de uma forma geral, era maior naqueles onde a pessoa de referência era do sexo feminino, exceto na região Nordeste, onde a estimativa foi de 23,7% quando a pessoa de referência era homem e 23,5% quando era mulher. Na região Norte foram identificadas as maiores prevalências de insegurança alimentar grave tanto em domicílios cuja pessoa de referência era uma mulher (7,7%) como em domicílios cuja pessoa de referência era um homem (6,2%). Por outro lado, foi no Nordeste onde se verificaram as maiores prevalências de insegurança alimentar moderada: 9,6% nos domicílios com pessoa de referência mulher e 8,4% naqueles onde a pessoa de referência era homem.
Os domicílios cuja pessoa de referência era da cor ou raça preta ou parda registraram prevalências de insegurança alimentar maiores em todas as suas dimensões do que os domicílios com pessoa de referência da cor ou raça branca. Entre os domicílios com pessoa de referência preta ou parda, 29,8% estava em situação de insegurança alimentar, enquanto para os brancos a prevalência foi de 14,4%.
Maior escolaridade reduz incidência de insegurança alimentar
Para o Brasil, urbano ou rural, quanto maior o nível de escolaridade dos moradores, menor a prevalência de insegurança alimentar moderada ou grave. Em 2013, 13,7% dos moradores com um a três anos de estudo estavam em situação de insegurança alimentar moderada ou grave. Para aqueles com 15 anos ou mais de estudo, o percentual era de 1,2%. As grandes regiões apresentaram o mesmo comportamento, contudo Nordeste e Norte apresentaram percentuais de moradores em insegurança alimentar moderada e grave mais elevados que as demais regiões, em qualquer nível de escolaridade. Entre 2009 e 2013, houve redução da insegurança alimentar moderada ou grave em todos os níveis de escolaridade, especialmente entre aqueles com um a três anos de estudo (19,5%, em 2009).
Dos 55,5 milhões de moradores de 18 anos ou menos de idade, no total de domicílios particulares, 79,8% frequentavam escola ou creche, e entre os 6,2 milhões que viviam em domicílios com insegurança alimentar moderada ou grave, esse percentual era de 75,7%. Em relação a 2009, embora o percentual de moradores de menos de 18 anos que frequentavam escola ou creche tenha aumentado (78,3%, em 2009) este fato não foi tão significativo para os que viviam em domicílios em situação de insegurança alimentar moderada ou grave (75,3%, em 2009).
A cor ou raça dos moradores teve impactos diferenciados na prevalência de insegurança alimentar. Do total de 93,2 milhões de moradores brancos, 17,2% conviviam ao menos com a preocupação de que os alimentos pudessem faltar devido à falta de dinheiro para comprar mais. Para os 106,6 milhões de moradores pretos ou pardos, este percentual subia para 33,4%.
Não foi verificada diferença na proporção de homens e mulheres sujeitos à restrição alimentar. Em 2013, estes percentuais foram estimados em 25,8% dos moradores homens e moradoras mulheres de domicílios particulares. Em termos absolutos, correspondia a 25,3 milhões de homens e 26,8 milhões de mulheres.
54,7% das pessoas em domicílios com insegurança alimentar moderada ou grave trabalhavam
Em 2013, dos 14,3 milhões de pessoas de 10 anos ou mais de idade que moravam em domicílios com insegurança alimentar moderada ou grave, 54,7% estavam ocupados. Entre os ocupados, 31,5% estavam em atividades agrícolas. O cenário nas áreas urbana e rural, em relação à atividade, foi diferenciado. No rural, 73,7% dos ocupados estavam em atividades agrícolas, contra 12,7% na área urbana.
Dos domicílios cuja pessoa de referência estava ocupada, 22,7% estavam em algum nível de insegurança alimentar. Analisando pela posição na ocupação, entre os empregadores a prevalência era a menor (7,0%) e entre os trabalhadores na produção para próprio consumo ou na construção para o próprio uso, 45,8% estavam com insegurança alimentar. Entre os trabalhadores domésticos a prevalência de insegurança alimentar também era elevada, 34,2%. (ecodebate)

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