O açude Epitácio Pessoa,
localizado em Boqueirão de Cabaceiras, abastece Campina Grande e outras 18
cidades.
Meus
Prezados,
Em
2016, publiquei um artigo no EcoDebate intitulado, “A questão hídrica atual do Nordeste
seco”,
no qual, dentre outras questões, abordei o assunto do acometimento de
doenças em populações abastecidas com águas de má qualidade.
Nesse
artigo, me referia às águas do Rio São Francisco, quando utilizadas para fins
de abastecimento humano. Ao ler a matéria do G1 PB, me deparo com uma situação
que já vinha tratando como certa, nas minhas atividades profissionais diárias.
Segundo a matéria, cerca de 60% dos pacientes com doenças gástricas, em Campina
Grande, foram afetados com algum contaminante existente nas águas ali servidas.
Ora,
a principal fonte de abastecimento dos campinenses é o açude de Boqueirão de
Cabaceiras, o qual foi alimentado, recentemente, com as águas do Santo Chico,
por intermédio do projeto da Transposição. Uma coincidência muito grande, que
eu particularmente não gostaria que tivesse ocorrido. Mas o fato é que ela
ocorreu, e o assunto é grave! Quando um projeto dessa envergadura apresenta
problemas técnicos, os engenheiros e profissionais da área vão lá e resolvem
esses problemas.
Pesquisa
foi realizada no Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC), em Campina
Grande, e divulgada na manhã de 20/09/18.
Mas
no caso de surtos de doenças em populações, ocasionados por vetores veiculados
pela água que está sendo ofertada, a questão muda de figura e precisa ser
encarada sob outra ótica, porque, no caso, estão em jogo vidas humanas. A
questão de Boqueirão é agravada, ainda, pela existência de denúncias de fortes odores de esgotos e de sabores estranhos em suas águas, o que nos
leva a concluir pela possibilidade de que as águas do Rio São Francisco já
possam ter alguma influência nesse quadro.
Creio
que acendeu a luz amarela para que as autoridades comecem a tomar as
providências necessárias, na condução desse assunto, tendo em vista a
possibilidade do agravamento da situação.
A
região está fora de sua quadra chuvosa, o projeto da Transposição está
momentaneamente paralisado, devido a reparos no Eixo Leste do projeto, e a
represa continua enviando água para Acauã (açude localizado a sua jusante) e,
todo esse processo, juntamente com a intensa evaporação existente no espelho
d´água de Boqueirão, tende ao aumento da concentração de poluentes no interior
da represa.
É
preciso celeridade para a solução desses problemas, a fim de que os campinenses
possam voltar à normalidade de suas vidas. Circulei a informação em rede e a
encaminhei para edição no Observa Fundaj.
Quase 60% dos pacientes de
Campina Grande com doenças gástricas foram afetados por uma bactéria da água.
O Helicobacter pylori é o
principal agente patogênico associado a doenças do estômago em humanos.
(ecodebate)
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