Supermercados desperdiçam R$
3,9 bilhões em alimentos por ano, diz Abras.
Apenas em frutas, verduras e legumes, o desperdício
atingiu R$ 1,8 bilhão no ano passado, aproximadamente R$ 600 mil a mais do que
em 2014.
O
levantamento, feito em parceria com a Fundação Instituto de Administração
(FIA/Provar), considerou números de 2.335 supermercados do país.
Os
supermercados brasileiros desperdiçaram, no ano passado, o equivalente a R$ 3,9 bilhões em frutas,
legumes e verduras e produtos das seções de padaria, peixaria e açougue. Na
comparação com 2016, houve queda de R$ 54.2 milhões. Os dados foram
divulgados pela Associação Brasileira de
Supermercados (Abras), na capital paulista.
O
levantamento, feito em parceria com a Fundação Instituto de Administração
(FIA/Provar), considerou números de 2.335 supermercados do país. Apenas em
frutas, verduras e legumes, o desperdício atingiu R$ 1,8 bilhão no ano passado,
aproximadamente R$ 600 mil a mais do que em 2014.
O
superintendente da Abras, Márcio Milan, disse que sensibilizar o setor
supermercadista para o desperdício é mais importante do que considerar as
perdas financeiras. "Temos que discutir com todo o setor produtivo. Juntos
somos capazes de resolver isso", afirmou Milan.
Na
Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP), empresa
estatal de abastecimento que recebe produtos de 1,5 mil municípios brasileiros
e de 14 países e comercializa de 10 a 12 mil toneladas diariamente, as perdas
diárias são estimadas em 1,3%.
Maior parte das perdas ocorre no processo de manuseio e transporte dos alimentos.
Maior parte das perdas ocorre no processo de manuseio e transporte dos alimentos.
Segundo
a chefe do Centro da Qualidade, Pesquisa e Desenvolvimento da CEAGESP, Anita
Gutierrez, para evitar o desperdício, é importante que o alimento tenha
qualidade no momento da colheita. "O tratamento pós-colheita – passar cera
– ajuda, mas não resolve. Para que se tenha um bom produto na gôndola, ele tem
que ser produzido de maneira correta", afirmou Anita.
Podridão
Anita
identifica, entra os principais problemas que levam os alimentos à podridão,
danos mecânicos na colheita e na pós-colheita – no momento da embalagem e no
manuseio. A perda de água e os machucados nos alimentos, além disso, levam à
redução considerável de valor.
Outro
ponto levantado pela especialista é a diferença de temperatura a que o produto
é submetido no período que abrange da colheita à embalagem e transporte até o
destino final. Certos alimentos são transportados sob refrigeração e, quando
chegam ao destino, levam choque de temperatura, o que acelera seu metabolismo e
leva à perda de qualidade.
O diretor da Associação Brasileira de Agronegócio, Luiz Cornacchioni, também destacou que metade das perdas do setor ocorre durante a logística (processo que envolve armazenagem, circulação e distribuição de produtos). A comercialização com menos intermediários da roça aos supermercados, permitindo melhores ganhos tanto para o produtor, e preços mais baixos para o consumidor, é uma das metas.
O diretor da Associação Brasileira de Agronegócio, Luiz Cornacchioni, também destacou que metade das perdas do setor ocorre durante a logística (processo que envolve armazenagem, circulação e distribuição de produtos). A comercialização com menos intermediários da roça aos supermercados, permitindo melhores ganhos tanto para o produtor, e preços mais baixos para o consumidor, é uma das metas.
O
levantamento, feito em parceria com a Fundação Instituto de Administração
(FIA/Provar), considerou números de 2.335 supermercados do país.
Agricultura
familiar
Em
junho deste ano, a Abras firmou protocolo de intenções para aumentar o
relacionamento dos supermercados com a agricultura familiar. O consultor Vitor
Correa, da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento
Agrário, informou que técnicos já estão sendo capacitados para esse
acompanhamento. Segundo Correa, atualmente, 3,5 milhões de famílias trabalham
no setor, sendo 600 mil em cooperativas.
Um
dos objetivos é criar uma identificação nos produtos oriundos da agricultura
familiar. Os alimentos ficarão em gôndolas específicas dentro dos
supermercados, destacando o diferencial da agricultura familiar, como o
respeito ao meio ambiente, à sustentabilidade e a preocupação social.
(huffpostbrasil)
Nenhum comentário:
Postar um comentário