Na época de chuvas na Amazônia, quando se torna mais difícil a observação por satélites por causa da intensidade de nuvens que cobrem a região, o INPE divulga os resultados do DETER agrupados por bimestre. Mas o sistema mantém durante todo o período sua operação regular enviando dados quinzenalmente ao IBAMA.
Em função da cobertura de nuvens variável de um mês para outro e, também, da resolução dos satélites, os dados do DETER não representam uma avaliação fiel do desmatamento mensal da Amazônia. Pelos mesmos motivos os técnicos do INPE não recomendam a comparação entre dados de diferentes meses e anos.
AvaliaçãoA cada divulgação sobre este sistema de alerta o INPE apresenta também um relatório de avaliação dos dados. O documento detalha a localização dos desmatamentos e mostra no mapa as áreas que não puderam ser observadas devido à cobertura de nuvens. No bimestre de janeiro e fevereiro, 97,2% das áreas de alertas foram confirmadas como desmatamentos.
Feita com imagens de melhor resolução espacial, a qualificação amostral dos dados do DETER aponta os diferentes níveis de degradação da floresta. Desta vez 86,5% dos desmatamentos foram classificados como corte raso e 10,7% como floresta degradada.O entendimento vem de acordo com o nível cultural e intelectual de cada pessoa. A aprendizagem, o conhecimento e a sabedoria surgem da necessidade, da vontade e da perseverança de agregar novos valores aos antigos já existentes.
quinta-feira, 29 de abril de 2010
Estudo aponta 208,2 km² de desmatamentos
Na época de chuvas na Amazônia, quando se torna mais difícil a observação por satélites por causa da intensidade de nuvens que cobrem a região, o INPE divulga os resultados do DETER agrupados por bimestre. Mas o sistema mantém durante todo o período sua operação regular enviando dados quinzenalmente ao IBAMA.
Em função da cobertura de nuvens variável de um mês para outro e, também, da resolução dos satélites, os dados do DETER não representam uma avaliação fiel do desmatamento mensal da Amazônia. Pelos mesmos motivos os técnicos do INPE não recomendam a comparação entre dados de diferentes meses e anos.
AvaliaçãoA cada divulgação sobre este sistema de alerta o INPE apresenta também um relatório de avaliação dos dados. O documento detalha a localização dos desmatamentos e mostra no mapa as áreas que não puderam ser observadas devido à cobertura de nuvens. No bimestre de janeiro e fevereiro, 97,2% das áreas de alertas foram confirmadas como desmatamentos.
Feita com imagens de melhor resolução espacial, a qualificação amostral dos dados do DETER aponta os diferentes níveis de degradação da floresta. Desta vez 86,5% dos desmatamentos foram classificados como corte raso e 10,7% como floresta degradada.Amazônia. 2015, desmatamento zero
Está prevista, para o final de 2.010, a próxima Cúpula do clima. Cancun, no México, receberá pesquisadores, governantes e todos aqueles interessados no tema para discutir o futuro do planeta. O objetivo é que agora se consiga produzir um acordo global com ações efetivas para combater as mudanças climáticas, diferente do que aconteceu em Copenhague, cujo resultado foi considerado um desastre com um acordo que não muda nada. “O Brasil, por exemplo, disse que só sairia de Copenhague com um protocolo ambicioso, com continuidade de Kyoto, com um novo protocolo de compromissos de longo prazo, e foi um dos países que, no momento final, fechou o tal do acordo de Copenhague que é muito fraco”, apontou o coordenador da campanha do clima do Greenpeace, João Talocchi durante a entrevista que concedeu à IHU On-Line por telefone.
Talocchi pontua fatos que precisam acontecer para que a próxima cúpula tenha resultados melhores do que a de Copenhague. “Os países precisam criar confiança uns nos outros”, indicou. Assim como aumentar a ambição em relação às metas atuais. “É preciso observar as metas colocadas por cada país e melhorar”, disse. Ele ainda fez um alerta para a população brasileira: “Eu acho importante que, num ano de eleição, as pessoas saibam procurar candidatos que tenham propostas relevantes na questão do meio ambiente, não só mudanças do clima em geral, mas em várias outras questões”.
IHU On-Line – O que precisa acontecer na próxima cúpula do Clima em Cancun, no México?
João Talocchi – Em Copenhague, a gente precisava de um acordo de clima que fosse ambicioso e que fosse justo para todos os países. Não conseguimos isso. O clima continua sofrendo os impactos das emissões de gases de efeito estufa, e a temperatura continua subindo. Isso só significa que a urgência que a gente tem para lidar com o tema agora é muito maior. Nós precisamos que esse acordo aconteça o mais rápido possível, e paralelamente às negociações precisamos que os países comecem realmente a adotar medidas que reduzam as emissões. Então, não é só continuar a negociar um acordo durante esse ano, mas sim começar a fazer acontecer, a zerar o desmatamento, mudar a matriz energética. Nós já estamos no tempo reserva, o acordo deveria ter acontecido no final do ano passado. Então, quanto mais tempo nós demorarmos para resolver essa questão, mais difícil vai ficar de se evitar as mudanças do clima mais catastróficas. Agora, o que vai acontecer em Cancun depende da vontade política dos nossos governantes. Esperamos que eles cheguem lá com a maior vontade política do mundo para que possam fazer um acordo fabuloso. Nós vamos trabalhar para isso, só que, até aí, é melhor nós perguntarmos para eles.
IHU On-Line – E o que é preciso fazer ou discutir para que o acordo seja feito?
João Talocchi – Primeiro, os países precisam criar confiança uns nos outros. Em Copenhague, uma das principais coisas que se viu foi que ninguém confia em ninguém. O país tem uma posição, chega na hora ele muda, ele faz uma coisa e faz outra. E sem confiança em um processo onde você precisa da participação de todos para provar alguma coisa, você não consegue trabalhar. A única coisa que ainda não está decidida, mas vai ser discutida numa reunião de três dias na Alemanha, é a agenda de negociação. Os negociadores precisam se encontrar mais de duas vezes antes do evento.
Outra coisa que precisa acontecer é unir as partes onde já existe consenso e consolidá-las. Então, já existe consenso de cem bilhões de dólares para financiamento. Esse número precisa crescer? Precisa. Precisa aumentar o nível de ambição? Com certeza, e isso deve estar nos textos de negociação. É preciso observar as metas colocadas por cada país e melhorar, aumentar a ambição desses países, e isso só vai vir com confiança entre eles.
Outra coisa que precisa acontecer é que se crie um mecanismo de proteção para as florestas que consiga, a partir de agora, reduzir o desmatamento ao nível zero. Uma das demandas do Greenpeace é o desmatamento zero na Amazônia, já em 2015, porque ela é a maior floresta tropical do mundo e uma fonte enorme de emissões de gases de efeito estufa.
IHU On-Line – Mas essa desconfiança gira em torno da questão econômica?
João Talocchi – A negociação de clima não é mais uma negociação de meio ambiente, ela já virou uma negociação de desenvolvimento. Você vai para uma dessas cúpulas internacionais e lá você tem gente do setor de aviação, do setor marítimo, setor agrícola, setor energético, do transporte, florestal. Você já vê ali interesses muito maiores. As reuniões que acontecem aqui no Brasil envolvem vários ministérios porque tentar fazer uma mudança envolve vários setores. Então, é uma discussão econômica com disputas entre quem vai crescer mais, quem terá a economia afetada, se vai gerar emprego ou desemprego, se vai afetar o desenvolvimento tecnológico. Existe também a questão se o país vai cumprir ou não o acordo firmado. Os Estados Unidos se recusam a assinar alguma coisa que tenha peso de lei, o que mostra que eles não estão sendo sérios em relação a isso. Então, essa confiança gira em torno de todas essas coisas e até mesmo da postura que os negociadores apresentam nas reuniões. O Brasil, por exemplo, disse que só sairia de Copenhague com um protocolo ambicioso, com continuidade de Kyoto, com um novo protocolo de compromissos de longo prazo, e foi um dos países que, no momento final, fechou o tal do acordo de Copenhague que é muito fraco e não tem ambição nenhuma e, portanto, não serve para ajudar o planeta.
IHU On-Line – Quais são os aspectos positivos e os limites da proposta brasileira de redução de emissão de gases?
João Talocchi – O Brasil colocou uma meta de redução de gases baseada numa projeção futura. O registro das emissões totais brasileiras é de 1994, ou seja, não leva em conta nem o plano real, é uma proposta que tem alguns pontos fortes, mas precisa ser mais ambiciosa. O desmatamento, por exemplo, ela prevê a redução de 80% na Amazônia, em 2020. Isso comparado com a meta do Greenpeace, com o desmatamento zero na Amazônia em 2015, significa que a meta do governo pretende derrubar um bilhão de árvores na floresta e depois continuar desmatando, porque a meta do governo nunca chega a zero. A meta zero não significa que você não vai poder usar a floresta de maneira sustentável, significa que não teremos mais desmatamento predatório.
Na área energética, temos o incentivo de bilhões de reais para grandes usinas hidrelétricas, que têm um impacto sócio-ambiental gigantesco e, às vezes, também gera emissões de gases de efeito estufa devido à degradação da matéria orgânica no reservatório, e temos um incentivo muito pequeno às energias renováveis e aos pequenos aproveitamentos hidrelétricos. Então, precisamos ter políticas muito mais sérias e implementá-las. Hoje, o que temos é uma lei voluntária.
IHU On-Line – Então, como você disse, a COP-15 foi considerada um desastre. Um acordo continua sendo difícil?
João Talocchi – A gente vai caminhando para um acordo, mas essa caminhada só vai acontecer se a população mostrar interesse e tiver vontade de incluir, no seu voto e na sua decisão política, a questão do clima. Precisamos disso priorizado, precisamos discutir isso não só nos fóruns de clima, mas também nos fóruns econômicos, de desenvolvimento etc. Se isso começar a acontecer e a população começar a pressionar os governantes, podemos caminhar mais rápido na direção de um acordo global.
IHU On-Line – E o que está travando a evolução de um acordo sobre o clima?
João Talocchi – É a desconfiança e os grandes interesses privados. Dentre os maiores emissores, Europa, EUA, China, você tem um lobby contrário à redução de emissões feita pelas empresas que poluem, que geram emissões. Nos EUA, há várias empresas investindo em pesquisas científicas fraudulentas, que tentam destruir a credibilidade da ciência do clima. O Greenpeace lançou recentemente um relatório que fala exatamente disso, sobre empresas que produzem energia a partir da queima de carvão mineral, que é a maior fonte de emissões global, e todas essas empresas trabalham dentro do Congresso com um lobby pesado para evitar que os EUA tenham uma legislação do clima. Com isso, eles evitam que o país assine qualquer compromisso internacional. A mesma coisa acontece na Europa onde esse lobby também existe. Na China, na Índia, no Brasil, esse movimento contrário, focado no interesse de somente alguns setores, também existe.
Ao mesmo tempo, você vê estudos mostrando que investimentos em energias renováveis e redução de emissão e desmatamento são cada vez mais importantes e mais rentáveis. O mercado de energias renováveis na China e nos EUA cresce a níveis absurdos. Você hoje tem instalações eólicas e solares sendo feitas pelo mundo, e isso está empregando muita gente e dando muito retorno. O Brasil está ficando para trás porque não tem uma política que incentive as energias renováveis, e a questão da redução do desmatamento ainda anda em passo muito lento com ações que não resultam numa economia realmente sustentável.
IHU On-Line – Nas últimas semanas, as teses dos que negam ou relativizam o aquecimento global têm recebido um espaço maior na mídia. A que você atribui a exposição maior dessas ideias?
João Talocchi – Essas ideias começaram a receber maior exposição devido ao fato de que a questão do clima também passou a ter maior exposição. Entretanto, é muito perigoso olhar para essas ideias quando elas aparecem num debate como se fossem defendidas por grupos de igual tamanho. Os céticos são um grupo muito pequeno, só que, quando a mídia dá espaço para essas posições, ela fala com o cético e com cientista de clima e aí parece que a coisa é de um para um. O IPCC é formado por pesquisadores de todos os países que fazem parte da convenção de clima, tem um trabalho voluntário revisando todo o conhecimento científico sobre o tema e produz um relatório que passa por muitas pessoas, recebe comentários, tem mais de três mil páginas, cita mais de 18 mil artigos científicos, e a população não sabe disso. E aí, elas ouvem os céticos que estão ali, às vezes, recebendo dinheiro do lobby das empresas sujas para fazer o seu trabalho sujo para falar contra as pesquisas. Só precisamos que a mídia dê a atenção certa e mostre as opiniões nas devidas proporções que deveriam receber.
IHU On-Line – Qual é o peso que a história dos e-mails roubados de climatologistas da Universidade de East Anglia tem nesse contexto?
João Talocchi – Isso jogou contra os céticos, porque eles ‘hackearam’ emails, divulgaram os conteúdos, brincaram com alguns termos. Entre milhares de emails, eles acharam dois ou três que poderiam ter alguma coisa, mas, no final, as investigações que foram conduzidas na Inglaterra provaram que de maneira alguma esses e-mails podem diminuir a credibilidade que se tem nos cientistas. E os cientistas que escreveram os e-mails que causaram polêmicas foram inocentados porque, na verdade, quem estava expondo o conteúdo e pensando em criar uma conversa em cima deles fazia mau uso dos termos que estavam ali colocados para tentar causar um mal-estar durante a cúpula do clima, em Copenhague. Eu estava lá, e um dos países que mais bloqueia as negociações, por motivos óbvios, é a Arábia Saudita, que é um grande produtor de petróleo, e, logo no primeiro dia, falaram que tínhamos que rever tudo em função desses e-mails, e nenhum país deu bola. Foi um tiro pela culatra essa tentativa dos céticos dizerem que os e-mails podem falar que existe um complô para falar do clima.
Quem me dera a ciência estivesse errada, e não estivesse acontecendo mudança no clima alguma, preferia trabalhar com essa possibilidade, mas não é o que acontece.
IHU On-Line – Mas o que de fato aconteceu?
João Talocchi – Ninguém sabe de fato quem ‘hackeou’. Só se sabe que esses e-mails apareceram e que foram usados para tentar diminuir a credibilidade dos pesquisadores. Provavelmente, temos a influência do lobby das empresas poluidoras por trás disso, mas isso não foi comprovado.
IHU On-Line – Recentemente, o Greenpeace divulgou um estudo em que revela que os ecocéticos são financiados por grandes corporações empresariais. Quem são os financiadores dos ecocéticos e que estratégia utilizam?
João Talocchi – Esses financiadores são as grandes empresas que emitem gases de efeito estufa no seu processo produtivo: empresas de petróleo, de carvão, de transporte e de desmatamento. Fora do Brasil são, principalmente, empresas que trabalham com combustíveis fósseis.
IHU On-Line – No Brasil, há grupos que financiam pessoas ou instituições para desacreditar o aquecimento global?
João Talocchi – Aqui, no Brasil, eu não sei se isso acontece. Temos filiais de empresas que financiam esses grupos mundo afora, mas ainda não existe nenhuma ligação entre essas empresas e os pouquíssimos contestadores das mudanças do clima no país. Esses contestadores brasileiros são um grupo muito pequeno de pessoas.
IHU On-Line – Estamos em ano de eleições aqui no Brasil. Como você acha que a questão do clima deve entrar nesse debate?
João Talocchi – Eu acho importante que, num ano de eleição, as pessoas saibam procurar candidatos que tenham propostas relevantes na questão do meio ambiente, não só mudanças do clima em geral, mas em várias outras questões. Temos problemas na Amazônia, nas áreas marinhas, precisamos dar mais atenção ao oceano no Brasil , que é uma questão que ainda não é tratada com a devida importância. Precisamos proteger os biomas do cerrado, caatinga, Mata Atlântica, os pampas no sul do Brasil. E, com isso, precisamos criar uma economia que seja sustentável, ou seja, um novo modelo econômico não só com energias limpas e com redução do desmatamento, mas que se mude a maneira de produzir e consumir. Tudo isso tem que ser levado na hora de votar. População: olhos abertos!Brasil lidera a lista de desmatamento
quarta-feira, 28 de abril de 2010
Uma visão do bem viver
terça-feira, 27 de abril de 2010
Novo movimento sobre a mudança climática
Conferência de Cochabamba
Oceanos estão cada vez mais ácidos
Novo relatório reafirma que os oceanos estão se tornando cada vez mais ácidos. Os oceanos absorvem cerca de 30% de todo o dióxido de carbono emitido pela humanidade. As emissões de dióxido de carbono que contribuem para o aquecimento global também estão deixando os oceanos mais ácidos no ritmo mais acelerado em centenas de milhares de anos, diz relatório Ocean Acidification: A National Strategy to Meet the Challenges of a Changing Ocean do Conselho Nacional de Ciências dos Estados Unidos. “A química do oceano está mudando numa taxa e numa magnitude sem precedentes, devido às emissões antropogênicas de dióxido de carbono”, disse o Conselho. “A taxa de mudança excede qualquer uma conhecida que tenha ocorrido nas últimas centenas de milhares de anos.” A acidificação dos mares corrói recifes de coral, interfere com a capacidade de algumas espécies de peixe em se localizar e pode prejudicar frutos do mar como mariscos e ostras, impedindo-os de produzir suas conchas. A corrosão ocorre quando o dióxido de carbono estocado nos mares reage com a água e forma ácido carbônico. A menos que as emissões de CO2 diminuam, o mar ficará cada vez mais ácido, disse o relatório. Os oceanos absorvem cerca de 30% de todo o dióxido de carbono emitido pela humanidade. O aumento de acidez é de 0,1 ponto na escala de 14 pontos do pH, o que significa que o indicador mudou mais desde o início da revolução industrial do que em qualquer outro momento dos últimos 800.000 anos. O relatório pede o estabelecimento de uma rede de observação para monitorar a química e a biologia dos oceanos no longo prazo.
domingo, 25 de abril de 2010
Oceanos e mares são bombas-relógio
Acordo de Copenhague não conterá aquecimento global
Iceberg gigante colide com geleira na Antártida
Iceberg pode alterar clima
Um iceberg de cerca de 2,5 mil km², que se separou do continente Antártico após se desprender da geleira gigante Mertz, pode causar alterações nas correntes marítimas do planeta e no clima, alertaram ontem cientistas. Para se ter uma ideia do tamanho do iceberg, nele caberia quase duas cidades de São Paulo, que tem área de 1,52 mil km2.
Pesquisadores australianos afirmam que o iceberg pode bloquear uma região que produz um quarto de toda a água densa e gelada do mar. Os cientistas estimam que qualquer interrupção na produção dessas águas afetaria as correntes oceânicas e, por consequência, os padrões de clima ao longo dos anos, com invernos mais frios especialmente no Atlântico Norte.
O iceberg está flutuando em uma área de água aberta cercada de gelo do mar e conhecida como polinia. Essa água desce para o fundo do mar e cria a água salgada, que tem papel fundamental na circulação dos oceanos.
O iceberg de 2,5 mil quilômetros quadrados se descolou da geleira Mertz, que costuma ser descrita como uma língua de gelo saliente de 160 quilômetros na Antártida Leste, ao sul de Melbourne. O iceberg foi deslocado pela colisão com outro bloco de gelo maior e mais velho, conhecido como B-9B, que se rompeu em 1987.
Cientistas afirmaram que na Antártida é cada vez mais frequente o desprendimento de plataformas de gelo por causa do aquecimento global. Isso faz com que os icebergs circulem pela região e aumentem o nível de água doce no oceano.Ciência do clima sofre desgaste
Estudo sobre elevação do nível do mar é corrigido
sexta-feira, 23 de abril de 2010
Poluição perigosa
Fórmula 1 gerará menos poluição
Crise ecológica é mais grave que a econômica
Mancha de plástico detectada no Oceano Atlântico
Lixo acumulado em praia do arquipélago de Açores, no oceano Atlântico
A grande mancha de lixo do Pacífico já era conhecida há anos; outras ainda podem existir, dizem cientistas.
Pesquisadores advertem para mais um problema nos mares: uma mancha de plásticos que se espalha por uma ampla área remota do Oceano Atlântico. O lixo flutuante foi documentado por dois grupos de cientistas que viajaram entre o Caribe e os Açores.
Os estudos descrevem uma sopa de micropartículas semelhante à Grande Mancha de Lixo do Pacífico, um fenômeno descoberto há uma década entre o Havaí e a Califórnia e que cientistas já diziam que poderia se reproduzir em outras partes do globo.
“Achamos a grande mancha de lixo do Atlântico”, disse Anna Cummins, que recolheu amostras de plástico durante uma viagem de veleiro em fevereiro.
Esses dejetos são perigosos para peixes, mamíferos marinhos e, mais acima na cadeia alimentar, humanos – muito embora a maior parte do plástico tenha se quebrado em partículas tão pequenas que são quase invisíveis.
Como não é um método exequível de limpar os oceanos, ambientalistas dizem que a saída é impedir que mais plásticos cheguem aos mares e, sempre que possível, criticar a cultura do descartável baseada em produtos não biodegradáveis.
“Nosso trabalho é deixar que as pessoas saibam que a poluição oceânica por plásticos é um problema global, e infelizmente não está confinado a um único lugar”, disse ela.
As equipes de pesquisadores apresentou suas descobertas em fevereiro, na Reunião de Ciências Oceânicas realizada nos EUA.
Anna Cummins e seu marido, Marcus Eriksen, percorreram o Atlântico num barco a vela para realizar o projeto de pesquisa. Eles planejam percorrer o Atlântico Sul em novembro e o Pacífico Sul no ano que vem.
Na viagem entre o Caribe os Açores, eles cruzaram o mar de Sargaço, uma área limitada por correntes marítimas. Pegaram amostras a cada 160 quilômetros, com uma interrupção causada por uma tempestade. A cada vez que puxavam a rede, ela vinha cheia de plástico.
Um estudo separado, feito por estudantes da Associação de Educação Marítima de Woods Hole, coletou mais de 6 mil amostras em viagens entre o Canadá e o Caribe, ao longo de duas décadas. A principal pesquisadora, Kara Lavendar Law, disse que a maior concentração de plástico foi encontrada entre os graus 22 e 38 de latitude norte.
Alga marinha misturada a garrafas, caixas e outros detritos flutuam nas águas paradas da área, conhecida como a Zona de Convergência Subtropical do Atlântico Norte. O grupo de Anna Cummins retirou um peixe, ainda vivo, preso no interior de um balde plástico.
Mas a maior parte do lixo é praticamente invisível: incontáveis grãos de plástico, suspensos perto da superfície.
quarta-feira, 21 de abril de 2010
O dedo do gigante na erupção vulcânica
465 mil crianças sem aula em Salvador
A Avenida ACM alagou e impediu a circulação dos veículos.
Bahia tem 7.454 desalojados e 3.249 desabrigados; em 8 dias, cinco pessoas morreram no Recôncavo Baiano.
Centenas de pessoas perderam as casas ou pertences com as chuvas no Recôncavo Baiano entre a noite de anteontem e a manhã de ontem. Rios transbordaram e deixaram bairros isolados. Na capital, 465 mil crianças estão sem aulas. Segundo a Defesa Civil, o Estado tem 7.454 desalojados e 3.249 desabrigados. Cinco pessoas morreram em oito dias.
Na noite de 14 de abril de 2010, ao ver o estrago que a chuva fazia em seu bairro - a Vila Canária, em Salvador -, Albertina Santos de Jesus, de 31 anos, decidiu deixar a casa com os três filhos (de 3, 4 e 8 anos) e buscar abrigo com uma tia. Quando a chuva diminuiu, Albertina decidiu voltar para casa. Ao chegar, viu que seu imóvel, construído durante cinco anos, se transformou em entulho. "A gente luta para ter nossa casa, para comprar umas coisinhas, aí vem uma chuva e leva a vida embora", desabafou, chorando, sentada no meio-fio. "Pelo menos dei a sorte de tirar meus filhos."
No mesmo dia e no mesmo bairro, dois garotos, Pablo e Gabriel, de 2 e 6 anos, morreram quando o quarto no qual dormiam foi destruído por um deslizamento. Em Pirajá, também na periferia, um deslizamento de terra atingiu um menino de 4 anos, que foi socorrido a tempo. No bairro de Águas Claras, a inundação chegou ao teto das casas.
Os próprios moradores fizeram mutirões para tirar crianças e idosos das casas, em botes ou a nado. Um deles, exausto com o esforço, desmaiou enquanto nadava e quase morreu afogado. Foi salvo pelos colegas. Em Santo Amaro da Purificação, 200 famílias ficaram desabrigadas depois que o Rio Subaé avançou.
Emergência. As prefeituras de Salvador e de outros 26 municípios decretaram situação de emergência. Estima-se que 200 famílias da capital não tenham onde se abrigar. Muitas estão instaladas em escolas públicas. As aulas da rede pública estão suspensas em toda a região metropolitana. Ao todo, 465 mil alunos de Salvador estão sem aulas.
O governador, Jaques Wagner (PT), sobrevoou Salvador e Lauro de Freitas ontem. Ele telefonou para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para relatar os problemas e pedir providências dos ministérios. Lula prometeu auxílio.
Temporal
161 milímetros foram a chuva registrada entre a zero hora de 14/04/2010 e o final da tarde de 15/04/2010 em Salvador/BA
326,2 mm era a precipitação esperada para todo o mês de abril, segundo a Defesa Civil do Estado
499,1 mm foi a média na capital baiana nos primeiros 15 dias do mês de abril de 15 dias do mês de abril de 2010
379 pessoas ficaram feridas ou doentes devido aos alagamentos e deslizamentos
São Paulo
O primeiro trimestre foi o mais chuvoso nos últimos 15 anos na capital paulista. Foram 872,6 milímetros, segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da Prefeitura.1º trimestre, o mais chuvoso de São Paulo
Os vira-latas do Bumba
Deslizamentos e enchentes: Não faltam avisos
Morro do Bumba, Niterói
Há quantas décadas os cientistas advertem que não se deve desmatar encostas e topos de morros nem ocupá-los com construções, porque se corre o risco de deslizamentos e mortes? Há quantas décadas a legislação proíbe essa ocupação? Há quanto tempo a ciência mostra os riscos de ocupar a planície de inundação natural de rios, que periodicamente ali produzem enchentes mais fortes, com vítimas e perdas materiais, ainda mais se canalizados, retificados, obstruídos por barragens? Não são conhecidos há muito tempo os riscos de impermeabilizar todo o solo das cidades com asfalto e não deixar espaço para a infiltração de água – agravando o risco de inundações? Há quantas décadas o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) alerta para a maior frequência e o agravamento dos chamados “eventos extremos” do clima, principalmente chuvas intensas em curto espaço de tempo?
Esse texto pode parecer escrito agora, após as últimas tragédias no Rio de Janeiro, em Niterói, São Paulo, Angra dos Reis, etc. provocadas por chuvas intensas. Mas foi publicado pelo autor destas linhas nesta mesma página no dia 19 de dezembro de 2008, após os dramas que as chuvas provocaram em Santa Catarina, onde chegaram a cair mais de 850 milímetros de água em 36 horas. Nessas últimas semanas nem choveu tanto – mais de 100 milímetros, em São Paulo; e 288 milímetros, no Rio de Janeiro. Mas foi o suficiente para provocar “o caos” no Rio e em Niterói. Centenas de mortos, milhares de desalojados ou desabrigados e a constatação de que há dezenas de milhares de casas em áreas de risco nas duas cidades.
Não é o caso de discutir mais uma vez se “eventos extremos” como esses são ou não produto da intensificação do efeito estufa por ações humanas. Não há nenhuma dúvida de que, seja qual for a razão, os últimos 10 anos estão entre os 12 mais quentes da história do planeta. Ainda que se deixem de lado esses ângulos da questão, o Rio de Janeiro tem uma história de eventos extremos dessa natureza desde 1966, pelo menos – e os governantes sabem disso. Da mesma forma, em Niterói a prefeitura estava informada, havia seis anos, por um estudo do Instituto de Geociência da Universidade Federal Fluminense, dos riscos com a ocupação desordenada de topos de morros e encostas. Em 2007 a mesma instituição alertou para 142 pontos de risco em 11 regiões – cinco das quais agora fortemente atingidas pelos deslizamentos. E uma delas era exatamente o Morro do Bumba, onde aconteceu o pior de todos. Ali se permitiu a ocupação, por dezenas de famílias, de uma área que durante 15 anos recebeu o lixo de Niterói e São Gonçalo. Uma das hipóteses é a de que o recente deslizamento tenha sido agravado por uma explosão de gás metano ali acumulado pela decomposição do lixo.
Não é possível, portanto, fazer de conta que as administrações não sabiam dos riscos. E, pior, nenhum protesto se ouviu pelo fato de as verbas destinadas pela Secretaria Nacional de Defesa Civil ao Rio de Janeiro e São Paulo haverem sido redirigidas para outros Estados, principalmente a Bahia, onde o ex-ministro da Integração Nacional – a quem está subordinada a secretaria – é candidato a governador. Em 2008 e 2009, a Bahia recebeu 64,6% das verbas, ante 0,9% do Rio de Janeiro e 3% de outros oito Estados. De 2004 a 2009, a Bahia ficou com R$ 307,9 milhões, ante R$ 15,5 milhões do Rio de Janeiro.
Também não é possível esquecer a alarmante penúria brasileira em matéria de adaptação às mudanças climáticas. Mesmo quando o poder discute a questão climática no País, em geral centra a atenção quase exclusivamente na necessidade de “mitigar” as emissões de poluentes – sem tratar da urgentíssima necessidade de “adaptação”, para a qual a Convenção do Clima chama sempre a atenção. Seja qual for a razão, os eventos extremos vêm se intensificando há décadas e é preciso adaptar o País a essa realidade. Isso inclui ter uma política em todos os níveis da administração que inclua instituições científicas equipadas para advertir com mais tempo sobre a aproximação dos eventos perigosos. Uma política que leve à revisão dos padrões de construção em todos os lugares e setores (rodovias, pontes, edifícios). Uma legislação que impeça a impermeabilização do solo – e fiscalização para que seja cumprida. Desocupação das áreas de risco. Programas de devolução dos rios a seu curso primitivo – eliminando barragens, retificações, redução do canal. E a criação, em cada lugar, de instituições de defesa civil.
Exemplo de conhecimento a ser traduzido em práticas preventivas: estudo de cientistas da área do clima na Universidade de São Paulo para a Agenda do Verde e do Meio Ambiente da capital paulista mostra que a diferença de temperatura entre as áreas do Município ainda ocupadas por vegetação nativa (Serra do Mar e Cantareira, principalmente) e áreas da cidade de alta ocupação industrial e trânsito intenso (como a Mooca) chega a seis graus Celsius, e isso tem consequências fortes na distribuição espacial e temporal das chuvas. Essas áreas mais quentes formam as chamadas “ilhas de calor”, que atraem chuvas intensas. Com isso, chove mais nas áreas onde os altos volumes de água são um problema e menos nas áreas de nascentes e reservatórios. Da mesma forma, com o calor, chove mais nas áreas urbanas de segunda-feira a sexta-feira – quando a água é mais problemática – do que nos fins de semana, quando diminui o calor e há menos movimentação de pessoas.Há alguns estudos. Faltam políticas adequadas. E caminhos na sociedade para exigir dos governantes as atitudes necessárias. Sem esquecer a questão da comunicação: os eventos dramáticos têm causas que se acumulam ao longo de anos, décadas; não acontecem do dia para a noite. É função da comunicação acompanhar essa evolução, denunciá-la e pedir providências. Não basta fazer o “jornalismo de espetáculo” só no momento do drama.
segunda-feira, 19 de abril de 2010
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